Para assinalar 50 anos de Liberdade e Democracia, e com intuito que todos participem, em especial os jovens que já nasceram em democracia, e para os quais parece inconcebível que durante os 48 anos que durou a ditadura os portugueses viveram condicionados por uma longa lista de proibições, foi criada pela Comissão Nacional para as Celebrações dos 50 anos do 25 de Abril, a campanha #não podias, para que cada um possa partilhar o que pensa, escolhendo uma coisa que #NãoPodias fazer antes do 25 de Abril e partilhá-la.
Escreve, filma, fotografa e usa #NãoPodias e #50anos25deAbril. Não dês a tua Liberdade como adquirida, participa! com as tuas críticas ou experiências, porque discordar do governo e da doutrina oficial era proibido.
Algumas das coisas que não podias fazer antes do 25 de abril:
Antes do 25 de abril de 1974, não podias ter uma opinião contrária à do Governo.
Durante a ditadura, existiam inúmeros entraves às reuniões e ajuntamentos. As reuniões de natureza política e social tinham de ser autorizadas pelos governos civis, que tinham capacidade de suspender reuniões ou interromper oradores sempre que lhe parecesse que infringiam a legalidade.
A constituição de associações (de caráter político, sindical, cultural, desportivo, recreativas, sociais, etc.) carecia de autorização do Governo, que deveria aprovar os seus estatutos e homologar os corpos gerentes.
Os partidos políticos, então ilegais, agiam na clandestinidade. Só eram toleradas manifestações desportivas e religiosas, ou de apoio ao regime. Muitos protestos acabaram com forte repressão policial, detenções, tortura e deportações.
Durante a ditadura, a Imprensa, o Teatro, o Cinema, a Música, a Literatura e as Artes Plásticas eram alvo de censura. Os meios de comunicação não eram livres de relatar os acontecimentos. Os cidadãos não eram livres de expressar a sua opinião. Havia discos e livros proibidos.
Jornalistas, editores, artistas e escritores foram acusados e detidos. Editoras foram multadas e encerradas.
Os comportamentos eram fortemente vigiados. Vivia-se um clima de medo, que funcionava como poderoso instrumento político de censura, incluindo a autocensura, e de controlo.
O regime criou organizações de enquadramento ideológico, como a Mocidade Portuguesa, a Legião Portuguesa, o Secretariado de Propaganda Nacional (Secretariado Nacional de Informação depois de 1945), a Fundação Nacional para a Alegria no Trabalho e a Obra das Mães pela Educação Nacional.
Para mais informações sobre esta campanha e sobre estas proibições, visita: https://www.50anos25abril.pt/nao-podias
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