“Ode marítima”, um dos poemas mais marcantes de um dos heterónimos de Fernando Pessoa, Álvaro de Campos, estará em cena na sala principal do Teatro São Luíz, em Lisboa, de 5 a 16 de março, com sessões de 4ª feira a sábado às 21H00 e domingos às 17H30. Durante uma hora e dez minutos o texto será interpretado por Diogo Infante, que encara este espetáculo como um desafio e “das coisas mais difíceis que fiz na vida” (in Expresso, 1 de março de 2014).
A “Ode Marítima”, publicada em 1915, é um longo poema que começa com uma localização precisa do sujeito poético:
“Sozinho, no cais deserto, a esta manhã de verão,
Olho prò lado da barra, olho prò Indefenido,
Olho e contenta-me ver,
Pequeno, negro e claro, um paquete entrando.”
…
Amanhece. Um homem observa o porto. Assume o comando de um paquete que não chegou a entrar no cais. Começa uma viagem para dentro de si, percorrendo imaginariamente todos os comportamentos humanos e procurando “sentir tudo de todas as maneiras”.
Nesta viagem imaginária – em que símbolos e sensações se confundem, soltando-se das amarras da razão – o poeta percorre o imaginário marítimo português. Sustenta na metáfora de fluxo e refluxo do movimento marinho a contradição violenta de um homem que tenta religar diferentes identidades. Transforma-se ele próprio no cais e no destino, dando corpo à viagem.
Direção cénica: Natália Luiza
Cenografia: Fernando Ribeiro
Música original: João Gil
Desenho de luz: Miguel Seabra
Vídeo: Pedro Sena Nunes
Texto: Diogo Infante
Local: Teatro Municipal São Luiz, Lisboa – Sala PrincipalDatas: 5 a 16 de março de 2014
Horário:
- 4ª feira a sábado: 21H00
- Domingo: 17H30
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