domingo, 6 de fevereiro de 2022

Um filme pela Tolerância Zero à Mutilação Genital Feminina

Título: Flor do Deserto (Desert Flower)
Realização: Sherry Horman
Roteiro: Sherry Horman, baseado no livro de Waris Dirie
Elenco: Liya Kebede, Sally Hawkins, Timothy Spall, Juliet Stevenson, Craig Parkinson, Meera Syal, Soraya Omar-Scego
Distribuidora: Prisvideo
Duração:120 min.

Baseado no best seller Desert Flower, é a autobiografia da modelo somali Waris Dirie (Liya Kebede), circuncidada aos cinco anos e vendida para um casamento arranjado aos 13 anos. Waris decidiu fugir para longe da família, uma tribo nómada da Somália. Atravessou o deserto até chegar a Mogadíscio, capital da Somália, e conseguiu embarcar para Londres. Ao trabalhar num restaurante fast food, foi descoberta pelo fotógrafo Terry Donaldson que a levou para os Estados Unidos, onde se tornou uma modelo mundialmente conhecida, além de ser embaixadora da ONU no combate à mutilação genital feminina.

Flor do Deserto é um filme que contribui para a consciencialização das pessoas contra um costume tão bárbaro. Não é razoável permitir que práticas cruéis se perpetuem por serem tradição. Só os hábitos que respeitam e valorizam a dignidade humana deveriam ser mantidos. Mas em alguns países, especialmente Sudão, Egito e Somália, as mulheres ainda são vistas como objeto e propriedade da família ou do marido.

Assista ao filme:



Numa entrevista à Marie Claire, Waris disse que a circuncisão feminina continua a ser praticada em África, em alguns países árabes e em comunidades de imigrantes da Europa e dos Estados Unidos. Hoje, a OMS (Organização Mundial da Saúde) calcula que três milhões de meninas passem por isso todos os anos. “As coisas estão a melhorar, mas não é o suficiente. O que me deixa doente é que os políticos do mundo não levam a questão a sério porque, no fim das contas, é um ‘problema de mulher’, algo relacionado com a vagina. Muitos argumentam dizendo que ‘isso é religião’ ou ‘é a cultura dos outros’, quando na verdade é um crime. Especialmente quando ocorre com meninas pequenas que não se podem defender".


Waris Dirie apela à tolerância zero contra a mutilação genital feminina

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