«As bibliotecas são como aeroportos. São lugares de viagem. Entramos numa biblioteca como quem está a ponto de partir . E nada é pequeno quando tem uma biblioteca». As bibliotecas de Valter Hugo Mãe – Jornal de Letras nº 1112, maio de 2013
Agrupamento de Escolas Pioneiros da Aviação Portuguesa - Biblioteca Escolar da Escola Secundária da Amadora.
A Escola Secundária da Amadora, sede do Agrupamento de Escolas Pioneiros da Aviação Portuguesa, celebrou no dia 17 de fevereiro de 2022 o seu quinquagésimo aniversário.
De entre as iniciativas organizadas para assinalar esta efeméride deixamos aqui algumas imagens da exposição "50 anos ESA - Recortes da vida de uma escola" organizada pelo professor de Geografia, António Silva.
Para preservar o património cultural, linguístico...
Ensina-me na minha língua materna!
A UNESCO vem liderando e defendendo a educação multilíngue baseada na língua materna desde os primeiros anos de escolaridade. A pesquisa mostra que a educação na língua materna é um fator-chave para a inclusão e a aprendizagem de qualidade, além de melhorar os resultados da aprendizagem e o desempenho académico. Isso é crucial, especialmente no 1.º CEB para evitar lacunas de conhecimento e aumentar a velocidade de aprendizagem e compreensão. E o mais importante, a educação multilíngue baseada na língua materna capacita todos os alunos a participar plenamente da sociedade. Promove a compreensão mútua e o respeito mútuo e ajuda a preservar a riqueza do património cultural e tradicional que está incorporado em todas as línguas ao redor do mundo.
No entanto, ainda há um longo caminho a percorrer antes de garantir a todos os educandos o direito à educação na sua língua materna. Na maioria dos países, a maioria dos alunos é ensinada numa língua diferente da sua língua materna, o que compromete a sua capacidade de aprender de forma eficaz. Estima-se que 40% da população mundial não tenha acesso à educação num idioma que fale ou entenda. Existem cerca de 7.000 idiomas falados em todo o mundo hoje. Mas a diversidade linguística está cada vez mais ameaçada à medida que mais e mais línguas desaparecem num ritmo alarmante. E quando uma língua desaparece, leva consigo toda uma herança cultural e intelectual.
O Dia Internacional da Língua Materna foi proclamado pela UNESCO em 1999 e reconhecido formalmente pela Assembleia Geral das Nações Unidas. Com esta efeméride pretende-se preservar e proteger todas as línguas faladas no Mundo, honrando tradições culturais e respeitando a diversidade linguística. O tema do Dia Internacional da Língua Materna de 2022 é “Utilização da tecnologia para a aprendizagem multilingue: desafios e oportunidades" (“Using technology for multilingual learning: challenges and opportunities”), que reforça o papel potencial da tecnologia na evolução da educação multilingue e no apoio ao desenvolvimento do ensino e aprendizagem de qualidade para todos/as.
A Diretora Geral da UNESCO, Audrey Azoulay, na sua mensagem relativa às celebrações do Dia Internacional da Língua Materna 2022, declarou:
“A tecnologia pode fornecer novas ferramentas para proteger a diversidade linguística. Por exemplo, por via de instrumentos que facilitem a sua divulgação e análise, que nos permitam registar e preservar línguas, que por vezes só existem nas suas formas orais. Simplificando isto, a tecnologia permite que os dialetos locais se tornem em património comum. Contudo, como a Internet [também] representa um risco de uniformização linguística, devemos estar conscientes de que o progresso tecnológico só servirá o plurilinguismo enquanto nos esforçarmos por assegurar que o faça.
O desenho de ferramentas digitais em vários idiomas, o suporte ao desenvolvimento de media e o suporte ao acesso à conectividade: tudo isso precisa de ser feito para que as pessoas possam descobrir diferentes idiomas sem abrir mão das suas respetivas línguas maternas.
A Década Internacional das Línguas Indígenas, que começou este ano, deve, ao canalizar os esforços de investigadores, locutores e palestrantes, dar um novo impulso à proteção desses inestimáveis repositórios de know-how e visões de mundo. Como agência líder do trabalho relacionado com a Década, a UNESCO está totalmente comprometida com essa causa.
Neste dia internacional, exorto, assim, todos os que podem fazê-lo a defender a diversidade linguística e cultural, que constitui a gramática universal da nossa humanidade partilhada.”.
Fonte: UNESDOC: digital library. Message from Ms Audrey Azoulay, Director-General of UNESCO, on the occasion of International Mother Language Day (IMLD), 21 February 2022, acedido em https://unesdoc.unesco.org/ark:/48223/pf0000380593_eng
Título: Re|Shaping policies for creativity : addressing culture as a global public good
Editor: UNESCO
Data da publicação: 2022
N.º pág.: 331 p.
Breve resumo
Cultura e criatividade representam 3,1% do Produto Interno Bruto (PIB) global e 6,2% de todo o emprego. As exportações de bens e serviços culturais dobraram de valor a partir de 2005 [...] e são um dos setores económicos mais novos e de mais rápido crescimento do mundo.
Os desafios também fazem da economia criativa um dos setores mais vulneráveis que muitas vezes é negligenciado pelo investimento público e privado.
Os setores cultural e criativo foram os mais atingidos pela a pandemia, com mais de 10 milhões de empregos perdidos somente em 2020. O investimento público em cultura tem diminuído na última década e as profissões criativas permanecem, em geral, instáveis e pouco regulamentadas. Embora a cultura e o entretenimento sejam os principais empregadores das mulheres (48,1%), a igualdade de género é uma perspetiva distante. Além disso, apenas 13% das revisões nacionais voluntárias do progresso em direção à Agenda 2030 reconhecem a contribuição da cultura para o desenvolvimento sustentável. As disparidades entre países desenvolvidos e em desenvolvimento são significativas, com os países desenvolvidos liderando o comércio de bens e serviços culturais – respondendo por 95% do total das exportações de serviços culturais.
A pandemia do COVID-19 vem lembrar que nenhum país sozinho pode forjar a proteção e promoção da diversidade dentro de seu território e fora dele. O valor da cultura como bem público global deve ser valorizado e preservado em benefício das gerações presentes e futuras.
O relatório Re|Formar as políticas para a criatividade : abordar a cultura como um bem público global oferece novos dados perspicazes que lançam luz sobre as tendências emergentes a nível global, além de apresentar recomendações de políticas para promover ecossistemas criativos que contribuam para um mundo sustentável até 2030 e além.
(In: Short summary)
Clique na capa para aceder ao relatório da UNESCO.
Título: Relatório de avaliação da implementação das aprendizagens essenciais
Autores: Fernando Albuquerque Costa (coord.), Ana Paz, Carolina Pereira, Elizabete Cruz, Gilda Seromenho, Joana Viana
Editor: Instituto de Educação da Universidade de Lisboa
Data de publicação: 2022
N.º pág. 379 p.
"Este relatório tem como principal objetivo apresentar informação relevante sobre os modos como os docentes dos Ensinos Básico e Secundário interpretam, operacionalizam e avaliam as Aprendizagens Essenciais (AE) a partir da análise de um conjunto de dados obtidos, numa primeira fase, através de um inquérito por questionário aplicado a nível nacional em Portugal Continental e, numa segunda fase, através da realização de entrevistas semiestruturadas, para aprofundamento, a um conjunto restrito de professores pertencentes a diferentes áreas disciplinares, níveis de ensino e zonas geográficas".
Outro vídeo integrado na campanha nacional #namorarsemviolência, com Agir a realçar que nunca é demais falar do assunto… basta uma vez… a violência não é só física, mas também verbal e não é aceitável... Ajude ou peça ajuda...
A Secretária de Estado para a Cidadania e a Igualdade, Rosa Monteiro, desafiou o cantor AGIR e seis influenciadores/as digitais para uma iniciativa conjunta com vista a alertar e consciencializar jovens para melhor identificarem e rejeitarem comportamentos de violência em relações de namoro, incluindo aqueles que são exercidos através das redes sociais. Desta parceria resultou a Campanha Nacional de Prevenção e Combate à Violência no Namoro #NamorarSemViolência.
Todas as cartas de amor são
Ridículas.
Não seriam cartas de amor se não fossem
Ridículas.
Também escrevi em meu tempo cartas de amor,
Como as outras,
Ridículas.
As cartas de amor, se há amor,
Têm de ser
Ridículas.
Mas, afinal,
Só as criaturas que nunca escreveram Cartas de amor
É que são
Ridículas.
Quem me dera no tempo em que escrevia
Sem dar por isso
Cartas de amor
Ridículas.
A verdade é que hoje
As minhas memórias
Dessas cartas de amor
É que são
Ridículas.
(Todas as palavras esdrúxulas,
Como os sentimentos esdrúxulos,
São naturalmente
Ridículas.)
O livro eleito como proposta de leitura do mês em que se assinala o Dia de S. Valentim / Dia dos Namorados foi escrito por Maria João Lopo de Carvalho e intitula-se "Até que o amor me mate : as mulheres de Camões".
Este romance histórico resultou de uma apurada pesquisa realizada pela autora e que a levou a percorrer os locais por onde andou Camões antes de escrever Os Lusíadas e com ele pretende-se contribuir para um maior conhecimento do poeta através das sete mulheres que amou e notabilizar os 450 anos da publicação de "Os Lusíadas" (12/03/1572-12/03/2022).
Maria João Mendonça Lopo de Carvalho nasceu em 1962, em Lisboa e licenciou-se em Linguas e Literaturas Modernas, pela Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, em 1985. Foi professora de Português e Inglês, criou a primeira escola de Inglês em regime extracurricular para os mais novos e trabalhou como copywriter em publicidade. Passou ainda pelas áreas de Educação e Cultura na Câmara Municipal de Lisboa.
Tem mais de 70 títulos editados, entre romances, livros de crónicas, manuais escolares - com a chancela do Instituto Camões - e dezenas de livros infanto-juvenis, a maior parte deles no Plano Nacional de Leitura. O seu primeiro bestseller, Virada do avessofoi publicado pela Oficina do Livro em 2000. É presença regular na televisão e na imprensa, mas sobretudo nas bibliotecas de Norte a Sul do país, incentivando nos mais novos o gosto pela leitura.
Até que o amor me mate: as mulheres de Camões é o seu terceiro romance histórico, depois de Marquesa de Alorna (2011) e Padeira de Aljubarrota (2013).
Fonte:
Rocha, Francisco Coelho. Até que o amor me mate - as mulheres de Camões (2016, junho, 22). Verdadeiro Olhar [mensagem eletrónica de mailing blog] em https://www.verdadeiroolhar.pt/10548/
Título: O livro de ouro da mitologia: (a idade da fábula): histórias de deuses e heróis
Autor: Thomas Bulfinch
Edição: 26.ª ed.
Publicação: Rio de Janeiro : Ediouro, 2002
N.º páginas: 418 p.
Formato: pdf
É considerado o melhor livro de referência e divulgação da mitologia, indicado em universidades de todo o mundo; corresponde ao volume A Idade da Fábula.
A guerra de Tróia, Hércules, Minerva, Midas, as divindades rurais, a mitologia oriental e nórdica, os druídas são alguns dos temas tratados nos 42 capítulos da obra.
Título: Sofrimento, resistência e luta. Ressonâncias na Literatura Portuguesa do século XX
Autores/Coord. principais: Ana Isabel Queiroz (coord.), Fernanda Cunha e Isabel Vasconcelos Ferreira
Ano de publicação: 2013
Editora: IELT, Faculdade de Ciências Sociais e Humanas, Universidade NOVA de Lisboa
N.º páginas: 67 p.
Formato: pdf
Resumo:
Sofrimento, resistência e luta. Ressonâncias na Literatura Portuguesa do século XX responde ao desafio lançado ao projeto Atlas das Paisagens Literárias de Portugal Continental pela comissão científica do I Congresso sobre os Movimentos Sociais e Operários, realizado na NOVA FCSH, em março de 2012. Os textos que agora se publicam são reflexões que tiveram neste evento uma apresentação preliminar, preparada coletivamente pelas autoras. Em conjunto, selecionaram um corpus literário constituído por 11 romances do século XX, tomados como exemplos. São obras que reportam a momentos da História Contemporânea, desde a crise da Monarquia até à Revolução do 25 de abril de 1974 (Figura 1), incluídas na denominada literatura de intenção social – expressão usada por Urbano Tavares Rodrigues (1981) para caracterizar Ferreira de Castro -, neo-realista – período datado entre 1935 e 1950 por Alexandre Pinheiro Torres (2002), embora outros se refiram ao seu prolongamento para décadas mais recentes -, e de realismo ético – como Vitor Viçoso (2011) classifica a obra de José Rodrigues Miguéis. Estas obras distinguem-se do romance rural e do romance de costumes, produzidos anteriormente sob a influência do naturalismo e do realismo, pela integração de «um etnografismo emancipador», onde «o mito edénico» é contrariado (Viçoso 2009, 16).
Baseado no best seller Desert Flower, é a autobiografia da modelo somali Waris Dirie (Liya Kebede), circuncidada aos cinco anos e vendida para um casamento arranjado aos 13 anos. Waris decidiu fugir para longe da família, uma tribo nómada da Somália. Atravessou o deserto até chegar a Mogadíscio, capital da Somália, e conseguiu embarcar para Londres. Ao trabalhar num restaurante fast food, foi descoberta pelo fotógrafo Terry Donaldson que a levou para os Estados Unidos, onde se tornou uma modelo mundialmente conhecida, além de ser embaixadora da ONU no combate à mutilação genital feminina.
Flor do Deserto é um filme que contribui para a consciencialização das pessoas contra um costume tão bárbaro. Não é razoável permitir que práticas cruéis se perpetuem por serem tradição. Só os hábitos que respeitam e valorizam a dignidade humana deveriam ser mantidos. Mas em alguns países, especialmente Sudão, Egito e Somália, as mulheres ainda são vistas como objeto e propriedade da família ou do marido.
Assista ao filme:
Numa entrevista à Marie Claire, Waris disse que a circuncisão feminina continua a ser praticada em África, em alguns países árabes e em comunidades de imigrantes da Europa e dos Estados Unidos. Hoje, a OMS (Organização Mundial da Saúde) calcula que três milhões de meninas passem por isso todos os anos. “As coisas estão a melhorar, mas não é o suficiente. O que me deixa doente é que os políticos do mundo não levam a questão a sério porque, no fim das contas, é um ‘problema de mulher’, algo relacionado com a vagina. Muitos argumentam dizendo que ‘isso é religião’ ou ‘é a cultura dos outros’, quando na verdade é um crime. Especialmente quando ocorre com meninas pequenas que não se podem defender".
Waris Dirie apela à tolerância zero contra a mutilação genital feminina
(Via P&D Factor - Associação para a Cooperação sobre População e Desenvolvimento)
A 6 de fevereiro assinala-se, anualmente, o Dia Internacional da Tolerância Zero à Mutilação Genital Feminina. Este dia foi implementado através da Resolução 67/146 da Assembleia Geral das Nações Unidas, a 20 de dezembro de 2012.
O objetivo é sensibilizar a sociedade civil para a erradicação desta prática, que lesa a saúde física e psicológica de várias mulheres e meninas à volta do mundo. Por outro lado, é importante realçar que se trata de uma manifestação extrema das desigualdades entre géneros, que deverá ser combatida.
O quinto objetivo dos «Objetivos de Desenvolvimento Sustentável» da ONU - alcançar a igualdade de género e empoderar todas as mulheres e raparigas - procura, também, acabar com esta prática.
O vídeo "Fight against FGM" (Female Genital Mutilation) conta com o relato da ativista gambiana Jaha Dukureh. Ela própria sobrevivente da mutilação genital feminina (MGF) e do casamento infantil forçado. Como Embaixadora Regional da Boa Vontade da ONU Mulheres para a África, está comprometida em acabar com a MGF, mobilizando os jovens e aumentando a conscientização sobre essas práticas prejudiciais com outros ativistas em todo o mundo. (Vídeo cortesia da ONU Mulheres)
Os livros recomendados pelo PNL2027 respeitantes ao 2.º semestre de 2021 já se encontram no Catálogo PNL. As sugestões de leitura incluem, como habitualmente, temas variados e destinam-se a todos os públicos - crianças, jovens e adultos.
Os livros apresentados resultam de uma seleção prévia feita pelas editoras, posteriormente apreciada por um conjunto de especialistas independentes, de reconhecido mérito e qualificação nas diferentes áreas.
Nas recomendações do 2.º semestre de 2021 descubra, entre outros:
Consulte o catálogo para ficar a conhecer os restantes livros indicados. Para tal, selecione "2.º semestre - 2021" no filtro "Recomendados em", de seguida clique no sinal +.
A revista digital ENTRELER, do Plano Nacional de Leitura (PNL2027), lança a Chamada para Artigos a incluir no seu número 2, cuja publicação está prevista para maio de 2022.
A revista, em acesso aberto, tem como objetivo divulgar estudos e reflexões sobre a leitura, a escrita e a literacia, em todas as faixas etárias e nas suas múltiplas dimensões (educativa, literária, social, antropológica, …) e contextos (formal, informal e não formal), bem como projetos e atividades de promoção da leitura e formação de leitores.
A ENTRELER dirige-se a mediadores, docentes, formadores, investigadores, bibliotecários, técnicos e a todos os que partilham o interesse pela leitura, pela escrita e pelas literacias.
Chamada para artigos: título, resumo e palavras-chave, em português e inglês –ATÉ 20 DE FEVEREIRO.
Notificação de aceitação* da proposta de artigo: 2 DE MARÇO.
Envio do artigo completo: ATÉ 10 DE ABRIL.
*A aceitação da proposta de artigo não implica que o artigo seja selecionado para publicação.
Fonte: Ilda David, ilustrações para «Amor de Perdição», de Camilo Castelo Branco (via pinterest)
António Augusto Nery, professor associado de Literatura Portuguesa na graduação e na pós-graduação em Letras da Universidade Federal do Paraná (UFPR), escreveu um artigo intitulado "Romantismos, realismos e anticlericalismos em Amor de Perdição (Camilo Castelo Branco)", publicado na Revista Letras, n.º 87, Jan./Jul. 2013, pp.151-168, edição da UFPR.