Título: Education in a post-Covid world : nine ideas for public action
Autor coletivo: International Commission on the Futures of Education, UNESCO
Publicação: UNESCO, 2020, 26 p.
A pandemia de saúde global lançou uma luz dura sobre as vulnerabilidades e desafios que a humanidade enfrenta e forneceu uma imagem clara das desigualdades existentes e das consequências do encerramento das escolas para mais de 1,5 bilhão de alunos.
Este relatório apresenta as nove ideias-chave para a educação no mundo pós-COVID-19:
1. Educação como bem comum na origem do qual são gerados todos os outros bens e oportunidades;
2. Alargamento do direito à educação que deve incluir o acesso à informação e ao conhecimento;
3. O valor da profissão docente e da colaboração entre professores engajados com as famílias e as comunidades;
4. A participação e os direitos das crianças e jovens na co-construção da mudança desejável;
5. A importância da escola – e não apenas da educação – nos seus múltiplos papéis (saúde, nutrição, segurança, bem-estar, aprendizagem académica…);
6. Recursos educativos e ferramentas digitais de acesso aberto para todos os professores, crianças e jovens;
7. Literacia científica no cerne do desenvolvimento do currículo;
8. Financiamento nacional e internacional do ensino público;
9. Solidariedade global, empatia e pragmatismo, sobretudo perante os que não têm voz e lugar na vida pública para que rapidamente possam ultrapassar essas circunstâncias.
A par destas ideias para a ação pública em educação, a UNESCO sublinha neste documento que as tecnologias digitais são uma ferramenta importante para a comunicação, colaboração e aprendizagem à distância, mas que a educação não pode prosperar e ser acessível a todos na base de conteúdos já prontos e pré-fabricados à margem da relação e interação pedagógica e humana professor-aluno. Esta relação é a base fundamental de toda a aprendizagem e bem-estar.
Estas ideias devem corresponder a ações concretas e urgentes na luta ativa contra:
- O crescente controlo da educação por empresas privadas de plataformas digitais;
- O fosso digital de alguns territórios – “apenas 11% dos alunos na África subsariana têm um computador doméstico e apenas 18% têm Internet doméstica, em comparação com os 50% dos alunos a nível mundial que têm computadores em casa e os 57% que têm acesso à Internet”, refere o Prefácio deste relatório;
- As violações à privacidade, à livre expressão e à autodeterminação das pessoas em nome da crescente digitalização do mundo e de uma vigilância abusiva;
- A negação do conhecimento científico e o aumento exponencial da desinformação;
- As formas de abuso, violência e falta generalizada de recursos, sobretudo das crianças e jovens no período de confinamento em suas casas.
Ckique na capa para aceder ao relatório.
Texto retirado de:
Blogue RBE, 18.09.2020
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