«As bibliotecas são como aeroportos. São lugares de viagem. Entramos numa biblioteca como quem está a ponto de partir . E nada é pequeno quando tem uma biblioteca». As bibliotecas de Valter Hugo Mãe – Jornal de Letras nº 1112, maio de 2013
Agrupamento de Escolas Pioneiros da Aviação Portuguesa - Biblioteca Escolar da Escola Secundária da Amadora.
A equipa educativa da Biblioteca Escolar – Centro de Recursos Educativos da Escola Secundária da Amadora deseja à Comunidade Educativa e a todos os leitores/ acompanhantes deste blogue um Ano 2021 com saúde, tranquilidade e esperança, repleto de alegrias e de realizações e neste virar de página/ano reproduz o poema “O ano passado”, de Carlos Drummond de Andrade:
O ANO PASSADO
O ano passado não passou, continua incessantemente. Em vão marco novos encontros. Todos são encontros passados.
As ruas, sempre do ano passado, e as pessoas, também as mesmas, com iguais gestos e falas. O céu tem exatamente sabidos tons de amanhecer, de sol pleno, de descambar como no repetidíssimo ano passado.
Embora sepultos, os mortos do ano passado sepultam-se todos os dias. Escuto os medos, conto as libélulas, mastigo o pão do ano passado.
E será sempre assim daqui por diante. Não consigo evacuar o ano passado.
De sacola e bordão, o velho Garrinchas fazia os possíveis para se aproximar da terra. A necessidade levara-o longe de mais. Pedir é um triste ofício, e pedir em Lourosa, pior. Ninguém dá nada. Tenha paciência, Deus o favoreça, hoje não pode ser - e beba um desgraçado água dos ribeiros e coma pedras! Por isso, que remédio senão alargar os horizontes, e estender a mão à caridade de gente desconhecida, que ao menos se envergonhasse de negar uma côdea a um homem a meio do padre-nosso. Sim, rezava quando batia a qualquer porta. Gostavam... Lá se tinha fé na oração, isso era outra conversa. As boas acções é que nos salvam. Não se entra no céu com ladainhas, tirassem daí o sentido. A coisa fia mais fino! Mas, enfim... Segue-se que só dando ao canelo por muito largo conseguia viver.
E ali vinha de mais uma dessas romarias, bem escusadas se o mundo fosse de outra maneira. Muito embora trouxesse dez reis no bolso e o bornal cheio, o certo é que já lhe custava arrastar as pernas. Derreadinho! Podia, realmente, ter ficado em Loivos. Dormia, e no dia seguinte, de manhãzinha, punha-se a caminho. Mas quê! Metera-se-lhe na cabeça consoar à manjedoira nativa... E a verdade é que nem casa nem família o esperavam. Todo o calor possível seria o do forno do povo, permanentemente escancarado à pobreza.
Em todo o caso sempre era passar a noite santa debaixo de telhas conhecidas, na modorra de um borralho de estevas e giestas familiares, a respirar o perfume a pão fresco da última cozedura... Essa regalia ao menos dava-a Lourosa aos desamparados. Encher-lhes a barriga, não. Agora albergar o corpo e matar o sono naquele santuário colectivo da fome, podiam. O problema estava em chegar lá. O raio da serra nunca mais acabava, e sentia-se cansado. Setenta e cinco anos, parecendo que não, é um grande carrego. Ainda por cima atrasara-se na jornada em Feitais. Dera uma volta ao lugarejo, as bichas pegaram, a coisa começou a render, e esqueceu-se das horas. Quando foi a dar conta passava das quatro. E, como anoitecia cedo não havia outro remédio senão ir agora a mata-cavalos, a correr contra o tempo e contra a idade, com o coração a refilar. Aflito, batia-lhe na taipa do peito, a pedir misericórdia. Tivesse paciência. O remédio era andar para diante. E o pior de tudo é que começava a nevar! Pela amostra, parecia coisa ligeira. Mas vamos ao caso que pegasse a valer? Bem, um pobre já está acostumado a quantas tropelias a sorte quer. Ele então, se fosse a queixar-se! Cada desconsideração do destino! Valia-lhe o bom feitio. Viesse o que viesse, recebia tudo com a mesma cara. Aborrecer-se para quê?! Não lucrava nada! Chamavam-lhe filósofo... Areias, queriam dizer. Importava-se lá.
E caía, o algodão em rama! Caía, sim senhor! Bonito! Felizmente que a Senhora dos Prazeres ficava perto. Se a brincadeira continuasse, olha, dormia no cabido! O que é, sendo assim, adeus noite de Natal em Lourosa...
Apressou mais o passo, fez ouvidos de mercador à fadiga, e foi rompendo a chuva de pétalas. Rico panorama!
Com patorras de elefante e branco como um moleiro, ao cabo de meia hora de caminho chegou ao adro da ermida. À volta não se enxergava um palmo sequer de chão descoberto. Caiados, os penedos lembravam penitentes.
Não havia que ver: nem pensar noutro pouso. E dar graças!
Entrou no alpendre, encostou o pau à parede, arreou o alforge, sacudiu-se, e só então reparou que a porta da capela estava apenas encostada. Ou fora esquecimento, ou alguma alma pecadora forçara a fechadura.
Vá lá! Do mal o menos. Em caso de necessidade, podia entrar e abrigar-se dentro. Assunto a resolver na ocasião devida... Para já, a fogueira que ia fazer tinha de ser cá fora. O diabo era arranjar lenha.
Saiu, apanhou um braçado de urgueiras, voltou, e tentou acendê-las. Mas estavam verdes e húmidas, e o lume, depois de um clarão animador, apagou-se. Recomeçou três vezes, e três vezes o mesmo insucesso. Mau! Gastar os fósforos todos é que não.
Num começo de angústia, porque o ar da montanha tolhia e começava a escurecer, lembrou-se de ir à sacristia ver se encontrava um bocado de papel.
Descobriu, realmente, um jornal a forrar um gavetão, e já mais sossegado, e também agradecido ao céu por aquela ajuda, olhou o altar.
Quase invisível na penumbra, com o divino filho ao colo, a Mãe de Deus parecia sorrir-lhe. Boas festas! - desejou-lhe então, a sorrir também. Contente daquela palavra que lhe saíra da boca sem saber como, voltou-se e deu com o andor da procissão arrumado a um canto. E teve outra ideia. Era um abuso, evidentemente, mas paciência. Lá morrer de frio, isso vírgula! Ia escavacar o ar canho. Olarila! Na altura da romaria que arranjassem um novo.
Daí a pouco, envolvido pela negrura da noite, o coberto, não desfazendo, desafiava qualquer lareira afortunada. A madeira seca do palanquim ardia que regalava; só de cheirar o naco de presunto que recebera em Carvas crescia água na boca; que mais faltava?
Enxuto e quente, o Garrinchas dispôs-se então a cear. Tirou a navalha do bolso, cortou um pedaço de broa e uma fatia de febra e sentou-se. Mas antes da primeira bocada a alma deu-lhe um rebate e, por descargo de consciência, ergueu-se e chegou-se à entrada da capela. O clarão do lume batia em cheio na talha dourada e enchia depois a casa toda. É servida?
A Santa pareceu sorrir-lhe outra vez, e o menino também.
E o Garrinchas, diante daquele acolhimento cada vez mais cordial, não esteve com meias medidas: entrou, dirigiu-se ao altar, pegou na imagem e trouxe-a para junto da fogueira.
- Consoamos aqui os três - disse, com a pureza e a ironia de um patriarca. – A Senhora faz de quem é; o pequeno a mesma coisa; e eu, embora indigno, faço de S. José.
TORGA, Miguel; "Novos contos da montanha", Lisboa: BIS, 2008; Encontro de leituras, post 23.12.2019 (Em linha) (Consult. 22.12.2020) Disponível em https://encontrodeleituras.blogspot.com/2019/12/natal-regresso-casa.html?spref=fb&fbclid=IwAR15-m5imCoZs13k3Bf55pi8ZD7RJ6lc9BPmNN9w9_qD0AT6SF8pKu84wls
🎄
Este conto de Torga foi adaptado para televisão e incluído na minissérie de 6 episódios "Contos de Natal", produzida para a RTP1, em 2006, pela Utopia Filmes
Para expressar o muito do que sentimos e desejamos, partilhamos consigo o Poema de Vinicius de Moraes, por ele magnificamente declamado e musicado, relembrando-nos que, em tempo de Natal, "Para isso fomos feitos / Para lembrar e ser lembrados..."
Para isso fomos feitos:
Para lembrar e ser lembrados
Para chorar e fazer chorar
Para enterrar os nossos mortos?
Por isso temos braços longos para os adeuses
Mãos para colher o que foi dado
Dedos para cavar a terra.
Assim será a nossa vida:
Uma tarde sempre a esquecer
Uma estrela a se apagar na treva
Um caminho entre dois túmulos?
Por isso precisamos velar
Falar baixo, pisar leve, ver
A noite dormir em silêncio.
Não há muito que dizer:
Uma canção sobre um berço
Um verso, talvez, de amor
Uma prece por quem se vai?
Mas que essa hora não esqueça
E por ela os nossos corações
Se deixem, graves e simples.
Pois para isso fomos feitos:
Para a esperança no milagre
Para a participação da poesia
Para ver a face da morte?
De repente nunca mais esperaremos...
Hoje a noite é jovem; da morte, apenas
Nascemos, imensamente.
A equipa educativa da BE/CRE da Escola Secundária da Amadora deseja à Comunidade Educativa do Agrupamento de Escolas Pioneiros da Aviação Portuguesa e a todos os leitores/ acompanhantes deste blogue um Santo Natal repleto de paz e ternura e pleno de satisfações. Deixo-vos com um fragmento de "Quando um homem quiser", um poema de Ary dos Santos:
Quando um Homem Quiser
"... Natal é em dezembro
mas em maio pode ser
Natal é em setembro
é quando um homem quiser
Natal é quando nasce
uma vida a amanhecer
Natal é sempre o fruto
que há no ventre da mulher..."
(Ary dos Santos, in 'As palavras das cantigas')
FONTE:
MATOS, Hernâni; “O presépio na pintura portuguesa” in Do tempo da outra senhora”; post de 26.02.2010 (Em linha) (Consult. 21.12.2020)Disponível em
https://dotempodaoutrasenhora.blogspot.pt/2010/12/o-presepio-na-pintura-portuguesa.html
Poesia Portuguesa; “Natal é quando um homem quiser”, post 23.12.2012 (Em linha) (Consult. 21.12.2020) Disponível em https://portuguesapoesia.blogspot.com/2012/12/natal-e-quando-o-homem-quiser.html
O Centro Ciência Viva promove a Conferência de Natal 2020, que incide sobre o comportamento social e a herança biológica, em contextos de stress ou de crise como aquele em que atualmente vivemos.
Que efeitos tem o stress no nosso cérebro e no nosso comportamento?
Será que nos tornamos mais sociáveis, cooperantes ou empáticos em momentos de crise? E no Natal?
Manuel Sobrinho Simões, Júlio Machado Vaz, Tiago Alves e Miguel Soares irão realizar no Teatro Nacional São João, no Porto, 21 dezembro, às 19H00, uma emissão especial do programa de rádio “Old Friends”.
A conferência será também transmitida em direto, via streaming, em www.cienciaviva.pt.
As Conferências de Natal Ciência Viva são organizadas em parceria com instituições científicas de referência, nacionais e estrangeiras. São inspiradas nas Christmas Lectures do Royal Intitution de Londres, criadas em 1825, por Michael Faraday, e destinam-se a públicos de todas as idades.
Numa justa homenagem ao centenário do nascimento de Clarice Lispector (10.12.1920 - 10.12.2020) a Biblioteca elege como livro do mês a obra " Contos".
A obra de Clarice Lispector marcou o século XX brasileiro e deixou um rasto singular na literatura de Língua Portuguesa.
«Amo esta língua», dizia. «Não é uma língua fácil. É um verdadeiro desafio para quem escreve. Sobretudo para quem escreve querendo roubar às coisas e pessoas a sua primeira camada superficial. É uma língua que por vezes reage contra um pensamento mais complexo. Por vezes o imprevisto de uma frase causa-lhe medo. Mas eu gostava de manejá-la - tal como outrora gostava de montar um cavalo para o levar pelas rédeas, umas vezes lentamente, outras a galope.»
(In: contracapa do livro)
Nesta obra, que reúne grande parte dos contos de Clarice Lispector, a autora aborda temas tradicionalmente relacionados com a esfera feminina, situados social e historicamente e, na qual, evidencia a dimensão reflexiva e melancólica que a caracteriza.
Fica aqui uma pequena nota sobre a autora:
Clarice Lispector nasceu a 10 de dezembro de 1920 na Ucrânia, então em vias de integração na URSS. Os pais eram judeus e o seu nome de batismo Chaya Lispector.
A família fora vítima dos pogroms, particularmente intensos a partir de dezembro de 1918. Foi para fugir à devastação da guerra civil que os Lispectors emigraram para o Brasil em 1922, fixando-se primeiro em Maceió e depois no Recife.
Clarice, nome adotado no Brasil, demonstrou um precoce interesse pelas palavras.
Em 1998, na cerimónia da atribuição do Prémio Nobel da Literatura, Saramago proferia as seguintes palavras:
"...Cumpriram-se hoje exactamente cinquenta anos sobre a assinatura da Declaração Universal de Direitos Humanos.(...).
Foi-nos proposta uma Declaração Universal de Direitos Humanos, e com isso julgámos ter tudo, sem repararmos que nenhuns direitos poderão subsistir sem a simetria dos deveres que lhes correspondem, o primeiro dos quais será exigir que esses direitos sejam não só reconhecidos, mas também respeitados e satisfeitos. Não é de esperar que os Governos façam nos próximos cinquenta anos o que não fizeram nestes que comemoramos. Tomemos então, nós, cidadãos comuns, a palavra e a iniciativa. Com a mesma veemência e a mesma força com que reivindicarmos os nossos direitos, reivindiquemos também o dever dos nossos deveres. Talvez o mundo possa começar a tornar-se um pouco melhor..."
Vinte anos mais tarde, em abril de 2018, a "Carta Universal dos Deveres e Obrigações dos Seres Humanos", inspirada nesse discurso de José Saramago, foi entregue à ONU, numa iniciativa promovida por Pilar del Río, presidente da Fundação José Saramago, e pela Universidad Nacional Autónoma de México.
A "Carta Universal dos Deveres e Obrigações dos Seres Humanos" visa defender a "ética da responsabilidade" (Pilar del Río) e complementar a Declaração Universal dos Direitos Humanos: o seu primeiro artigo declara que todas as pessoas têm "o dever de cumprir e exigir o cumprimento dos direitos" reconhecidos por essa Declaração.
Neste momento, a Fundação José Saramago trabalha para que a Carta seja divulgada em vários idiomas e chegue ao máximo possível de pessoas em todo o mundo.
"A proliferação do reconhecimento de direitos provocou uma compreensão enganosa. Muitas pessoas assumem que os direitos não têm a sua correspondência em obrigações. É como se se pensasse que um indivíduo assumiu todos os direitos para o seu crescimento e a realização das suas satisfações, sem que isso implicasse o assumir de qualquer responsabilidade para consigo mesmo, os seus semelhantes, o entorno que o rodeia ou o Estado. É necessário pensar o mundo dos direitos em termos de co-responsabilidade".
(In pág. 3)
Clique na imagem para aceder ao texto integral desta Carta.
Assinala-se hoje o Dia Internacional dos Direitos Humanos.
Foi neste dia, em 1948, que a Declaração Universal dos Direitos Humanos foi proclamada pela primeira vez, sendo considerada uma das obras mais profundas da civilização humana.
O tema deste ano é «Recuperar- melhor - Defender os Direitos Humanos», tendo em conta o contexto da pandemia Covid-19 e a importância que estes têm para a reconstrução de um mundo melhor. Deste modo os direitos humanos devem ser colocados no centro do mundo pós COVID-19.
A crise da COVID-19 foi alimentada pelo agravamento da pobreza, pelo aumento das desigualdades, pela discriminação estrutural e arraigada e por outras lacunas na proteção dos direitos humanos. Somente medidas para colmatar essas lacunas e promover os direitos humanos podem assegurar a recuperação e a (re)construção de um mundo melhor, mais resiliente, justo e sustentável.
Acabar com a discriminação de qualquer tipo: a discriminação estrutural e o racismo alimentaram a crise do COVID-19. Igualdade e não discriminação são requisitos essenciais para um mundo pós-COVID.
Abordar as desigualdades: para recuperarmos da crise, devemos também abordar a pandemia da desigualdade. Para isso, temos de promover e proteger os direitos económicos, sociais e culturais. Precisamos de um novo contrato social para uma nova era.
Incentivar a participação e a solidariedade: estamos todos juntos nisso. Dos indivíduos aos governos, da sociedade civil e das comunidades de base para o setor privado, todos têm um papel na construção de um mundo pós-COVID que seja melhor para as gerações presentes e futuras. Precisamos garantir que as vozes dos mais afetados e vulneráveis informem os esforços de recuperação.
Promover o desenvolvimento sustentável: precisamos de um desenvolvimento sustentável para as pessoas e para o planeta. Os direitos humanos, a Agenda 2030 e o Acordo de Paris são a pedra angular de uma recuperação que não deixa ninguém para trás.
Aqui fica a mensagem da Alta Comissária das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Michelle Bachelet, que assinala a efeméride:
Nascer em Portugal significava no início de 2020 herdar a terceira maior dívida pública da Europa.
No futuro, o país vai ficar mais perto ou mais longe do centro mundo?
Vai a tecnologia ajudar-nos a vencer a geografia?
A educação e a imigração vão ser antídoto para os impactos da dívida e de uma população cada vez mais envelhecida?
Pistas para falar do futuro no último documentário da série «Nós, Portugueses», com que a Fundação Francisco Manuel dos Santos assinala os 10 anos da Pordata, co-produzida com a RTP, com narração do jornalista Carlos Daniel.
A ver na RTP 1, às 21H00:
👉 1.ª parte do documentário: dia 10 de dezembro 👉 2.ª parte do documentário: dia 11 de dezembro
Título: Plágio : propriedade e apropriação em Eça, Zola e outros...
Autor: Carlos Jorge Figueiredo Jorge
Impresso por PUBLIDISA - Publicaciones Digitales S.A.
Data: 2013
N.º páginas: 24 p.
Introdução
Quando Machado de Assis, no comentário crítico que fez a O Primo Basílioe O Crime do Padre Amaro, acusou este último romance de ser uma simples imitação de La faute de l´abbé Mouret, iniciou um processo retórico de restrições nos códigos de leitura do romance criticado, cujas consequências, do nosso ponto de vista, dificilmente poderão ser alteradas. Entre estas, a mais evidente é a que leva a associar, quase sempre, a questão do plágio ao romance de Eça. Contudo, não se trata de uma acusação evidente de plágio, a que fez o mestre brasileiro.
O processo, como veremos melhor adiante, é insidioso e ambíguo. Ficam no ar, quando a questão do plágio é convocada, uma série de interrogações perturbantes. Comecemos por observar atentamente o enunciado mais diretamente comprometedor da crítica de Machado de Assis: “O próprio Crime do Padre Amaro é imitação do romance de Zola, La faute de l'abbé Mouret. Situação análoga, iguais tendências; diferença do meio; diferença do desenlace; idêntico estilo; algumas reminiscências como no capítulo da missa, e outras; enfim o mesmo título” (Machado de Assis, 1878 – numa crítica publicada no jornal carioca, O Cruzeiro). Como se observa, de imediato, a acusação surge numa espécie eufemismo, dentro de uma frase que parece surgir apenas como um pormenor complementar, na argumentação a propósito de outra coisa. Não é para reparar muito atentamente, é para ficar como uma sentença cuja veracidade nem se discute.
Desastres e emergências não apenas lançam luz sobre o mundo como ele é. Eles também rasgam o tecido da normalidade. Pelo buraco que se abre, nós vislumbramos possibilidades de outros mundos.
Peter C. Baker, The Guardian
A UNESCO foi fundada após a Segunda Guerra Mundial, nascida da convicção de que esse conflito sem precedentes poderia dar origem a um mundo melhor e mais unido. Como as guerras começam nas mentes de homens e mulheres, é nas mentes de homens e mulheres que um mundo melhor deve ser construído, argumentaram os fundadores da Organização. A ideia deles é mais pertinente do que nunca, à medida que os países começam a emergir da crise global da COVID-19, que questionou nossas prioridades, nossos modos de vida e o funcionamento de nossas sociedades.
Pessoas de todo o mundo mostraram solidariedade durante a emergência de saúde e viram como uma forma aprimorada cooperação pode ajudar a construir um futuro melhor. No entanto, à medida que o mundo começa a emergir da pandemia, nós tendemos a esquecer as lições que aprendemos e “voltamos ao normal”, desconsiderando o custo daquilo que consideramos normal para o nosso ambiente, economia, saúde pública e sociedade.
A UNESCO está lançando uma campanha mundial que desafia a nossa percepção de normalidade. O vídeo de 2min e 20s não se baseia em argumentos complicados para demonstrar seu objetivo. Simplesmente apresenta informações factuais sobre o mundo antes e durante a pandemia. Colocados lado a lado, esses fatos convidam os espectadores a questionar suas ideias sobre o que é normal, sugerindo que, por muito tempo, nós aceitamos o inaceitável. Nossa realidade anterior não pode mais ser aceita como normal. Agora é a hora da mudança.
Como agência intelectual das Nações Unidas, a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) acredita que a necessidade de mudanças duradouras deve se enraizar nos corações e nas mentes das pessoas em todos os lugares antes que se torne realidade.
A campanha faz parte de um esforço mais amplo da UNESCO para refletir sobre o mundo por vir, notadamente por meio da iniciativa do UNESCO Forum, uma série de painéis de debates sobre o futuro da cultura e das indústrias culturais; da Futures Literacy Network, bem como do programa The Futures of education e das recomendações globais para ciência aberta e a ética da inteligência artificial. Essas são questões importantes nas quais a UNESCO começou a trabalhar muito antes de serem colocadas no centro do palco pela pandemia.
A UNESCO convida os líderes dos media e os formadores de opinião a compartilhar a campanha “The Next Normal” (“O próximo normal”), criada pela agência DDB Paris, disponível a partir de 25 de junho de 2020.
Por seis casos inspiradores, de pessoas que perante as injustiças que se cruzaram no seu caminho, tiveram a coragem de erguer a sua voz. Por serem corajosos, foram presos, estão a ser injustamente acusados ou correm risco de vida. Agora é a nossa vez que não ficarmos em silêncio.
São eles:
Germain Rukuki
Burundi
Germain é um defensor de direitos humanos no Burundi. Contudo, devido ao seu trabalho pacífico, foi injustamente acusado e condenado a 32 anos de prisão. Está neste momento numa prisão sobrelotada e nunca conheceu o seu filho mais novo.
Jani Silva
Colômbia
Jani nasceu na Amazónia colombiana e dedicou toda a sua vida à defesa das árvores, das terras e de todo um ecossistema fundamental para as vidas de todos nós. Mas o seu ativismo pacífico e coragem colocaram-na em disputa contra grandes empresas que pretendem lucrar com a exploração de recursos naturais. Por defender este território, Jani encontra-se em perigo de vida.
Grupo de Solidariedade LGBTI+
Turquia
Desde o primeiro dia que os estudantes de biologia Melike Balkan e Özgür Gür se dedicam a defender os direitos LGBTI+ na sua universidade, na Turquia. Mas tudo mudou quando as autoridades reprimiram violentamente um dos seus eventos pacíficos. Hoje, vários estudantes arriscam-se a ser presos. Melike e Özgür são dois deles.
Nassima al-Sada
Arábia Saudita
Nassima é uma das corajosas mulheres que fez campanha pela liberdade das mulheres na Arábia Saudita. Agora, perdeu a sua. Detida desde 2018, Nassima foi vítima de maus tratos e colocada numa pequena cela, em regime de solitária, durante um ano. Tudo pelo seu trabalho pacífico em direitos humanos.
El Hiblu 3
Malta
Quando um navio que resgatou migrantes e refugiados no Mediterrâneo ameaçou que os devolveria à Líbia, três jovens fizeram a diferença: agindo como intérpretes, ajudaram a pôr fim ao pânico que se instalou a bordo. Mas agora, simplesmente por terem agido para proteger as suas vidas e as de todos os envolvidos, arriscam-se a serem presos.
Paing Phyo Min
Myanmar
Paing Phyo Min é um jovem que faz parte de um grupo de poesia satírica no Myanmar. Por ter criticado os militares do país durante uma das suas atuações, foi condenado a seis anos de prisão. Neste momento, está numa prisão sobrelotada e com elevados riscos de contágio de COVID-19.
É o maior evento de ativismo do mundo, organizado pela Amnistia Internacional.
Com a Maratona de Cartas, o mundo inteiro atua em defesa de um conjunto de casos selecionados e esse movimento global permite, muitas vezes, mudarmos as vidas dessas pessoas. Lutamos juntos. Vencemos juntos.
Em 2019/20, naquela que foi a primeira edição da Maratona de Cartas inteiramente digital organizada pela Amnistia em Portugal, as assinaturas foram recolhidas de forma online e posteriormente impressas e entregues às respetivas autoridades. Com esta nova metodologia, foi possível evitar a impressão de quase 100 000 folhas de papel.
A organização entregou às autoridades 133 944 assinaturas vindas de Portugal. Neste número estão incluídas as 700 assinaturas provenientes do nosso Agrupamento.
A nível mundial, a Maratona de Cartas atingiu na edição passada um novo valor recorde, com mais de 6,5 milhões de assinaturas.
Vamos ultrapassar estes números este ano?
Desafie todas as pessoas que conhece (familiares, amigos, conhecidos) a assinarem a petição da Amnistia Internacional em defesa dos defensores de direitos humanos em risco e ajude a divulgar a iniciativa (use as suas redes sociais).
A matemática não tem de ser um “bicho de sete cabeças” e a Mathigon quer ajudar os mais novos a ganhar o gosto pela disciplina. A plataforma online, descrita como o livro didático do futuro, conta com uma aplicação gratuita para que os jovens possam aprender “on the go”. Nela é possível encontrar múltiplas secções interativas dedicadas a conceitos essenciais do mundo da matemática, acompanhadas por histórias, exemplos da vida real, desafios e pequenos jogos.
Clique na imagem para aceder à notícia mais completa, com hiperligação à aplicação.
O Plano Nacional de Leitura 2027 (PNL2027) iniciou a publicação de uma revista digital - a ENTRELER.
Trata-se de uma revista digital de acesso livre e gratuito, com periodicidade anual, que tem como objetivo divulgar estudos e reflexões sobre a leitura, a escrita e a literacia, em todas as faixas etárias e nas suas múltiplas dimensões e contextos, bem como projetos e atividades de promoção da leitura e formação de leitores.
A ENTRELER dirige-se a mediadores, docentes, formadores, investigadores, bibliotecários, técnicos e a todos os que partilham o interesse pela leitura, pela escrita e pelas literacias.
No n.º zero da ENTRELER pode ler um conjunto de artigos cobrindo temas da leitura infantil e juvenil, da literacia mediática e digital, e da investigação e práxis da leitura partilhada; uma entrevista de Carlos Fiolhais a Alberto Manguel; e uma série de propostas de leitura sobre a temática da escrita.
O PNL2027 convida-o a ler este primeiro número da revista, a colaborar na produção dos artigos para o n.º 1 e a enviar as suas sugestões e comentários.
Com o objetivo de partilhar e valorizar o que acontece na área da educação em Portugal, a Noesis oferece, mensalmente, uma seleção de notícias sobre eventos, iniciativas e projetos, legislação, publicações e estudos do que de mais relevante se faz neste domínio.
A newsletter poderá ser subscrita através de mensagem de correio eletrónico enviada para boletimdge@dge.mec.pt.
A iniciativa "Ler Olhos nos Olhos", organizada pelo Município de Oeiras, promove conversas com escritores de Língua Portuguesa que serão divulgadas em direto (streaming), a partir da página do facebook do município.
A conversa com Frederico Lourenço realiza-se no dia 25 de novembro de 2020, às 21H30.
Ensaísta, tradutor, ficcionista e poeta, Frederico Lourenço nasceu em Lisboa, em 1963, e é atualmente professor da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra. Foi docente, entre 1989 e 2009, da Universidade de Lisboa, onde se licenciou em Línguas e Literaturas Clássicas (1988) e se doutorou em Literatura Grega (1999) com uma tese sobre Eurípides. Além da Ilíada, traduziu também a Odisseia de Homero, tragédias de Sófocles e de Eurípides, e peças de Goethe, Schiller e Arthur Schnitzler. Em 2016 iniciou na Quetzal a publicação dos seis volumes da sua tradução da Bíblia — que lhe valeu o Prémio Pessoa —, em 2019 publicou uma Nova Gramática do Latim e, em 2020, Poesia Grega de Hesíodo a Teócrito — edição bilingue em grego e português.
O Dia Nacional da Cultura Científica, criado em 1997, celebra-se a 24 de novembro, em homenagem a Rómulo de Carvalho - professor, pedagogo, autor de manuais escolares, historiador da ciência e da educação, poeta e divulgador científico com uma capacidade excecional para comunicar quer com leigos quer com especialistas.
O Plano Nacional de Leitura 2027 (PNL2027) e o Instituto de Astrofísica e Ciências do Espaço (IA) assinalam este dia com um vasto programa destinado às escolas, que será transmitido no canal do IA no YouTube, entre as 10h00 e as 17h30.
Programa
10.00 Planetário Online “O Sol, a nossa Estrela”
Partindo do Sol como fonte primária de energia dos ecossistemas, compreendemos a Terra como o único planeta onde, hoje, se conhece vida. Contudo, tal é apenas o mote para explorarmos esta nossa estrela companheira. Observa os movimentos dos corpos em sua órbita e mergulha no fluido que a forma. Vê como este maravilhoso astro queima 600 milhões de toneladas de hidrogénio a cada segundo. Tudo isto numa experiência
imersiva com imagens de detalhe nunca visto.
Moderação: Planetário do Porto – Centro Ciência Viva
Público Alvo: 1.º e 2.º ciclo
11.00 Cantinho da Astronomia
As representações gráficas do Sistema Solar mostram frequentemente oito planetas de tamanho similar a distâncias semelhantes entre si. Essa visão está bem longe da realidade! Numa oficina prática iremos fazer uma viagem pelo Sistema Solar, recorrendo
a alimentos da nossa cozinha (couscous, grão de bico, pimenta, laranjas, cocos, nozes) para reproduzir os tamanhos à escala dos planetas. Para sabermos a que distância estão do Sol iremos usar… um rolo de papel higiénico. Terminaremos assim com um Sistema Solar comestível à escala de uma sala de aula.
Moderação: Catarina Leote, Instituto de Astrofísica e Ciências do Espaço
Público Alvo: 1.º e 2.º ciclo
12.00 Livros Top: Ciência e Literatura
Teresa Firmino à conversa com Teresa Calçada e Rui Agostinho sobre a relação entre Ciência e Literatura: a sua importância para a compreensão do mundo e de como o conhecimento científico pode inspirar a criação literária.
Comissária do Plano Nacional de Leitura 2027: Teresa Calçada
Cientista e investigador do Instituto de Astrofísica: Rui Agostinho
Jornalista do Jornal Público: Teresa Firmino
Público Alvo: crianças, jovens e adultos
14.00 Planetário Online “O Sol, a nossa Estrela”
Partindo do Sol como fonte primária de energia dos ecossistemas, compreendemos a Terra como o único planeta onde, hoje, se conhece vida. Contudo, tal é apenas o mote para explorarmos esta nossa estrela companheira. Observa os movimentos dos corpos em sua órbita e mergulha no fluido que a forma. Vê como este maravilhoso astro queima 600 milhões de toneladas de hidrogénio a cada segundo. Tudo isto numa experiência imersiva com imagens de detalhe nunca visto.
Moderação: Planetário do Porto – Centro Ciência Viva
Público Alvo: 1.º e 2.º ciclo
15.00 Pergunta ao Astrónomo - "Habitar em outros Mundos”
Já alguma te interrogaste sobre como será viver em outro mundo? Como poderemos respirar e beber um copo de água em Marte? Nesta sessão coloca as tuas próprias perguntas a um investigador do Instituto de Astrofísica e Ciências do Espaço.
Poderás abordar vários desafios que uma colónia humana noutro planeta representa, como é o caso da produção de energia ou de alimentos. Com as tuas perguntas poderás tentar perceber se conseguiremos viver de forma autónoma na Lua, ou proteger-nos do vento solar e da radiação cósmica no “planeta vermelho”. Explora ainda as viagens a planetas que orbitam outras estrelas, numa aventura que é sem dúvida do tamanho da humanidade.
Moderação: João Retrê, Instituto de Astrofísica e Ciências do Espaço
Investigador: Pedro Machado, Instituto de Astrofísica e Ciências do Espaço
Público Alvo: todos
16.30 Quiz de Astronomia
A partir da tua escola ou casa, participa num jogo online de perguntas e respostas, em equipa, em família ou individualmente, e testa aquilo que sabes sobre o Universo.
Porque é que Marte tem uma cor avermelhada? Qual o tipo de estrelas mais comum no Universo? Em 30 perguntas, descobre algumas maravilhas e factos curiosos, na companhia do Instituto de Astrofísica e Ciências do Espaço.
Moderação: Catarina Leote e Afonso Pais, Instituto de Astrofísica e Ciências do Espaço
Público Alvo: 3.º ciclo do Ensino Básico e Ensino secundário
Título: Em preparação para o clima : um guia para escolas sobre as ações climáticas
Autor: GIBB, Natalie
Publicação: UNESCO, 2017, 23 pág., il.
"Quer ajudar a criar uma sociedade mais saudável, mais justa e ambientalmente sustentável?
Quer capacitar crianças e jovens a fazerem o mesmo?
Quer tornar a sua escola mais amiga do clima?
Se assim for, este guia é-lhe destinado!"
(In: Sobre este guia, p. 4)
Neste guia a mudança climática é trabalhada a partir de muitas questões globais, por exemplo:
- Desigualdade e ética “uma vez que os países em desenvolvimento são os menos responsáveis pela mudança climática, mas são os mais expostos ao risco dos seus efeitos”;
- “Desigualdade de género porque, em muitos contextos, as mulheres e meninas são mais vulneráveis aos seus efeitos do que os homens”;
- Produção, transformação e transporte de alimentos;
A Fundação Francisco Manuel dos Santos (FFMS) vai dedicar, uma vez mais, os meses de Outubro e Novembro à ciência e à educação. Comissariado por Carlos Fiolhais e David Marçal, o ciclo de conferências subordinado ao tema "De olhos postos na Ciência" arranca esta quarta-feira, dia 21 de Outubro, às 21H00, com uma conferência subordinada ao Universo, intitulada "Cosmos: mundos possíveis".
Esta conferência conta, como convidada, com a escritora e produtora Ann Druyan, co-criadora da série televisiva «Cosmos», com Carl Sagan, e do novo livro «Cosmos: Mundos Possíveis», com o comentário do físico Carlos Fiolhais e moderação do jornalista Vasco Trigo.
Ann Druyan irá falar sobre a humanidade, de onde viemos e para onde vamos, usando o seu talento ímpar para comunicar conceitos científicos complexos.
Para assistir à conferência clique no cartaz.
Fique a conhecer toda a programação do ciclo de conferências >>
A crise da saúde provocada pela COVID-19 tem sido um momento para refletir sobre o que realmente prezamos e sobre as nossas necessidades mais básicas. Os tempos incertos que vivemos fizeram reacender o apreço por algo que tomamos como certo e a quem muitos escasseia: a comida.
O Dia Mundial da Alimentação pede solidariedade global para ajudar todas as populações, especialmente as mais vulneráveis, a recuperar da crise e tornar os sistemas alimentares mais resistentes e robustos para que possam suportar crescentes volatilidades e choques climáticos, fornecer dietas saudáveis acessíveis e sustentáveis para todos e meios de subsistência decentes para os trabalhadores do sistema alimentar. Isso exigirá melhores esquemas de proteção social e novas oportunidades oferecidas pelo desenvolvimento tecnológico mas, também, práticas agrícolas mais sustentáveis que preservem os recursos naturais da Terra, a nossa saúde e o clima.
Atendendo a este contexto divulgamos o documento que pode aceder clicando na imagem.
Para a gente ter saúde
E sentir-se equilibrada,
É necessário que mude
Uma ou outra coisa errada.
Falar de alimentação,
Que racional deve ser!
Quer dizer, ter atenção
Ao que vamos comer.
Quem só quer matar a fome,
Como que a barriga ilude!
Escolhendo o que se come,
Podemos ter mais saúde!
Na criança em crescimento,
Que é uma etapa especial,
Tem de ser o alimento
Coisa mais substancial.
Vamos então estudar
Uma dieta a preceito
E os meninos ensinar
A comerem com proveito.
De manhãzinha faz bem
Um copo de leite cheio,
E pão com queijo também
Com manteiga pelo meio!
Como a manhã é comprida,
Lá para as onze, onze e meia,
Uma frutinha comida
É sempre uma boa ideia.
Nos almoços carne, peixe
Ou um ovo, tanto faz
E uma sopinha que deixe
A tripazinha capaz.
Lá pelas cinco da tarde,
Lanchar sempre leite e pão.
Não é comida que farte;
É ligeira a refeição!
Porque logo vem o jantar
E precisas ter fominha;
Carne ou peixe e acompanhar
Arroz, batata ou massinha!
Não te esqueças das saladas
Ou dos legumes cozidos;
Com as suas cores variadas,
Fazem os pratos coloridos.
Água, beber amiúde,
Doces, só quando há festa!
E para crescer com saúde,
Se poderes, dorme a sesta.
Assim serás grande e forte,
Alegre, são, bem disposto…
E ajudarás a sorte,
Vivendo sempre com gosto!
IN:
AREIAS, Conceição; CARDOSO, Catarina; "Onde meto o meu nariz?"; Liboa : Livros Horizonte, 2003
A adoção de um modelo de consumo alimentar que promova a saúde, que proteja da doença e preserve os recursos naturais, ou seja de acordo com a dieta mediterrânica, é uma necessidade premente, sobretudo na atual situação epidemiológica, em que os riscos de contágio e de evolução da covid-19 são acrescidos para quem tem doenças - como diabetes, hipertensão, obesidade ou doença pulmonar - para as quais o padrão alimentar mediterrânico pode dar maior proteção.
Título: O direito à alimentação : uma janela para o mundo : ilustrado por jovens para jovens
Autor: FAO
Edição: 2.ª ed.
Local de publicação: Roma, Itália
Ano de publicação: 2007
Páginas: 91 pág.
Título: O direito à alimentação : uma janela para o mundo : guia de recursos e atividades
Autor: FAO
Local de publicação: Roma, Itália
Ano de publicação: 2007
Páginas: 60 pág.
O Direito à Alimentação : uma janela para o mundo - livro de banda desenhada e guia de recursos e atividades - foi elaborado para auxiliar os professores a educar os jovens sobre o direito à alimentação e incentivá-los a tomar medidas contra a fome no mundo.
Título: "Get involved : World Food Day 2020 : toolkit for educators and youth"
Autor: FAO
Ano de publicações: 2020
Local de publicação: Roma, Itália
Páginas: 6 pág.
O Dia Mundial da Alimentação 2020 marca o 75º aniversário da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO) num momento excecional, enquanto países de todo o mundo lidam com os efeitos generalizados da pandemia COVID-19.
É hora de olhar para o futuro que precisamos construir juntos. Faça do #WorldFoodDay o seu dia - compartilhe as mensagens da FAO, as suas ações ou desenvolva uma atividade, mesmo que seja virtual.
Clique na imagem para aceder ao kit, também disponível em espanhol e francês.
Título: "Cultivar, alimentar, preservar. Juntos: as nossas ações são o nosso futuro"
Autor: FAO
Local de publicação: Roma, Itália
Data de publicação: 2020
Páginas: 12 pág.
"Nos 75 anos que passaram desde a fundação da FAO, o mundo fez grandes progressos na luta contra a pobreza, a fome e a desnutrição. A produtividade agrícola e os sistemas alimentares percorreram um longo caminho. Ainda assim, demasiadas
pessoas permanecem em situação de vulnerabilidade. Mais de 2 mil milhões de pessoas não têm acesso regular a uma alimentação suficientemente segura e nutritiva. A pandemia da COVID-19 veio agravar esta situação, ameaçando inverter ganhos importantes em segurança alimentar, nutrição e meios de subsistência. É altura de abordar as desigualdades e ineficiências que persistem e continuam a assolar os nossos sistemas alimentares, economias e estruturas de assistência social. Chegou o momento de reconstruir melhor."
A Direção-Geral da Educação (DGE), no âmbito do Centro de Sensibilização SeguraNet, promoveu, no dia 13 de outubro, o webinar “As implicações das redes sociais na vida de crianças e jovens”, que contou com a participação de Luís Antunes (Professor Catedrático do Departamento de Ciência de Computadores da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto), de Ivone Patrão (Psicóloga Clínica e da Saúde) e com moderação de Iolanda Ferreira, Antena 1/RTP.
A realização deste webinar assume particular importância num contexto em que as redes sociais estão cada vez mais presentes na vida de crianças e jovens. Para tal, importa dar especial atenção ao impacto das redes sociais e dos seus algoritmos e à dependência dos meios digitais.
A partir do dia 15 até dia 18 de outubro, no centro histórico de Oeiras decorre a iniciativa "Passa a palavra - Festa dos ofícios do narrar". Nesta irão participar mais de 30 artistas a trabalhar em diversas áreas.
O Clube de Leitura ODS (SDG Book Club) das Nações Unidas, foi lançado na Feira do Livro Infantil de Bolonha de 2019, e tem como objetivo potenciar o livro e a leitura como ferramentas de reflexão e sensibilização das crianças, dos 6 aos 12 anos de idade, para a importância dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS). Para isso, foi feita uma seleção de títulos relacionados com cada um dos 17 ODS, em cada uma das seis línguas oficiais das Nações Unidas – Árabe, Chinês (Mandarim), Inglês, Francês, Russo e Espanhol.
Neste contexto, a Direção Geral do Livro, Arquivos e Bibliotecas (DGLAB), que tem nas suas atribuições a promoção do livro, da leitura, dos autores portugueses e, acompanhando a evolução da sociedade da informação e do conhecimento, a promoção da qualidade dos serviços das bibliotecas públicas através da disponibilização de ferramentas de trabalho, associou-se à iniciativa selecionando um conjunto de livros em língua portuguesa, em que deu preferência a autores nacionais, no âmbito de cada um dos 17 ODS.
Complementarmente, em parceria com a BAD que tem vindo a desenvolver o Projeto «Bibliotecas para o Desenvolvimento e a Agenda 2030», para além do «Clube de Leitura ODS» da ONU, alargou o âmbito da ação e selecionou também obras destinadas ao público adulto, potenciando assim a iniciativa original.
A DGLAB disponibiliza também recursos para download e utilização nas atividades a promover neste âmbito e que poderão ser personalizados acrescentando a identificação/logo da entidade (cartazes, marcadores, divulgação nas redes sociais, entre outros).
Na partilha das atividades nas redes sociais, sugerimos a utilização das hastags #SGDBookClub e/ou #ClubedeLeituraODS
“Assim Fala a Ciência” é um novo podcast do PÚBLICO, com o apoio da Fundação Francisco Manuel dos Santos que se iniciou no dia 10 de outubro.
A cada duas semanas, sempre ao sábado, será divulgado um novo episódio no site do PÚBLICO, antecedido por um breve artigo no jornal. Em cada programa, Carlos Fiolhais e David Marçal, bioquímico e divulgador de ciência, conversarão com investigadores portugueses, em Portugal ou no estrangeiro, da rede GPS – Global Portuguese Scientists, que darão voz à ciência, combatendo a desinformação que nos assola.
Atendendo ao renovado interesse que o Prémio Nobel da Física deste ano atraiu para os buracos negros, o primeiro convidado foi Carlos Herdeiro, físico-matemático da Universidade de Aveiro, especialista em buracos negros, que se destacou pela descoberta, em 2014, de um novo tipo de buracos negros.
Fique com Carlos Herdeiro e os mistérios dos buracos negros: