Em 1998, na cerimónia da atribuição do Prémio Nobel da Literatura, Saramago proferia as seguintes palavras:
"...Cumpriram-se   hoje   exactamente   cinquenta   anos   sobre   a   assinatura   da   Declaração Universal   de   Direitos   Humanos.(...). 
Foi-nos   proposta   uma   Declaração   Universal   de Direitos Humanos, e com isso julgámos ter tudo, sem repararmos que nenhuns direitos poderão   subsistir   sem a   simetria   dos   deveres   que lhes   correspondem,   o   primeiro   dos quais será exigir que esses direitos sejam não só reconhecidos, mas também respeitados e satisfeitos. Não é de esperar que os Governos   façam nos próximos cinquenta anos o que   não   fizeram   nestes   que   comemoramos.   Tomemos   então,   nós,   cidadãos   comuns,  a palavra e a iniciativa. Com a mesma veemência e a mesma força com que reivindicarmos os   nossos   direitos,   reivindiquemos   também   o   dever   dos   nossos   deveres.   Talvez   o mundo possa começar a tornar-se um pouco melhor..."
Vinte anos mais tarde, em abril de 2018, a "Carta Universal dos Deveres e Obrigações dos Seres Humanos", inspirada nesse discurso de José Saramago, foi entregue à ONU, numa iniciativa promovida por Pilar del Río, presidente da Fundação José Saramago, e pela Universidad Nacional Autónoma de México.
Vinte anos mais tarde, em abril de 2018, a "Carta Universal dos Deveres e Obrigações dos Seres Humanos", inspirada nesse discurso de José Saramago, foi entregue à ONU, numa iniciativa promovida por Pilar del Río, presidente da Fundação José Saramago, e pela Universidad Nacional Autónoma de México.
A "Carta Universal dos Deveres e Obrigações dos Seres Humanos" visa defender a "ética da responsabilidade" (Pilar del Río) e complementar a Declaração Universal dos Direitos Humanos: o seu primeiro artigo declara que todas as pessoas têm "o dever de cumprir e exigir o cumprimento dos direitos" reconhecidos por essa Declaração.
Neste momento, a Fundação José Saramago trabalha para que a Carta seja divulgada em vários idiomas e chegue ao máximo possível de pessoas em todo o mundo.
Neste momento, a Fundação José Saramago trabalha para que a Carta seja divulgada em vários idiomas e chegue ao máximo possível de pessoas em todo o mundo.
"A proliferação do reconhecimento de direitos provocou uma compreensão enganosa. Muitas pessoas assumem que os direitos não têm a sua correspondência em obrigações. É como se se pensasse que um indivíduo assumiu todos os direitos para o seu crescimento e a realização das suas satisfações, sem que isso implicasse o assumir de qualquer responsabilidade para consigo mesmo, os seus semelhantes, o entorno que o rodeia ou o Estado. É necessário pensar o mundo dos direitos em termos de co-responsabilidade". 
(In pág. 3) 
Clique na imagem para aceder ao texto integral desta Carta.

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