Férias de verão são sinónimo de praia, descanso, dias longos, amigos e… muitas leituras. Para não perder tempo à procura das novidades, reunimos 18 sugestões de leitura.
1. Lá onde o vento chora, de Delia Owens - ed. Porto Editora, 2019
Um livro best-seller, ambientado nos pântanos da Carolina do Norte, conta a história de uma jovem chamada Kya que cresce sozinha no deserto na década de 1950. O livro explora temas de solidão, sobrevivência e a beleza do mundo natural, tudo entrelaçado com um mistério de assassinato.
2. Torto arado, de Itamar Vieira Junior - ed. Leya, 2019Prémio Jabuti de Literatura 2020
Finalista do Prémio Oceanos 2020
Prémio Leya 2018
Bibiana e Belonísia são filhas de trabalhadores de uma fazenda no Sertão da Bahia, descendentes de escravos para quem a abolição nunca passou de uma data marcada no calendário. Intrigadas com uma mala misteriosa sob a cama da avó, pagam o atrevimento de lhe pôr a mão com um acidente que mudará para sempre as suas vidas, tornando-as tão dependentes que uma será até a voz da outra.
Porém, com o avançar dos anos, a proximidade vai desfazer-se com a perspectiva que cada uma tem sobre o que as rodeia: enquanto Belonísia parece satisfeita com o trabalho na fazenda e os encantos do pai, Zeca Chapéu Grande, entre velas, incensos e ladainhas, Bibiana percebe desde cedo a injustiça da servidão que há três décadas é imposta à família e decide lutar pelo direito à terra e a emancipação dos trabalhadores. Para isso, porém, é obrigada a partir, separando-se da irmã.
Numa trama tecida de segredos antigos que têm quase sempre mulheres por protagonistas, e à sombra de desigualdades que se estendem até hoje no Brasil, Torto Arado é um romance polifónico belo e comovente que conta uma história de vida e morte, combate e redenção, de personagens que atravessaram o tempo sem nunca conseguirem sair do anonimato.
3. A arte de driblar destinos, de Celso Costa - ed. Leya, 2023
Prémio Leya 2022
Numa povoação do interior do Paraná, a escola oficial não vai além dos primeiros anos, pelo que quase ninguém consegue passar do ensino básico. Também os cuidados de saúde são precários, levando a que os males do corpo e da alma sejam tratados com o que se tem à mão ou através da intervenção mágica de feiticeiros e curadores.
É neste cenário que o protagonista de A Arte de Driblar Destinos - um menino nascido no seio de uma família que se vê constantemente em apuros para pagar os descalabros de um pai que não quer ganhar juízo - é incentivado a prosseguir os estudos por uma professora primária e acaba acalentando o sonho de se tornar professor e enganar o destino que lhe estaria reservado.
4. O olhar mais azul, de Fernando Pinto do Amaral - ed. Dom Quixote, 2023
No Ohio dos anos de 1940, Pecola tem a pele mais escura de toda a escola. Rejeitada e tratada com desdém, todas as noites reza para ter os olhos azuis como as atrizes de cinema, as meninas brancas privilegiadas e as bonecas de brincar (“Pecola nunca conheceria a sua beleza. Veria apenas o que havia para ver: os olhos das outras pessoas”). Esta é uma obra poderosa sobre as consequências trágicas e debilitantes de se achar a rejeição como legítima e sobre a forma como a protagonista se desmorona, silenciosamente, anonimamente, sem voz para exprimir ou reconhecer o trauma. Mas, é também um livro que rejeita a noção equivalente de fealdade/negridão e que confronta o conceito de beleza imposto. A autora, Prémio Nobel de Literatura em 1993, procurou com este romance de estreia, que tenta tocar no “nervo nevrálgico do autodesprezo racial”, uma escrita “indiscutivelmente negra” tentando “transfigurar a complexidade da cultura negra americana numa linguagem digna dela.
5. Última vida, de Toni Morrison - ed. Presença, 2023
O volume poético Última vida divide-se em três partes: a primeira constituída por sonetos; a segunda por uma não-carta-de-amor em sete estâncias; e a terceira por poemas reunidos sob o titulo de Fim do Mundo.
Fernando Pinto do Amaral retoma o seu lirismo de tons melancólicos, um conjunto de poemas que parecem dar-nos o retrato de um espírito ou de um planeta feitos de sombras, em vésperas de um fim do mundo anunciado. Paralelamente, a presente coletânea propõe também uma profunda reflexão sobre o sentido da própria poesia.
6. As mil e uma noite : histórias apócrifas, de Antoine Galland e Hanna Diab - ed. E-Primatur, 2023
A labiríntica narração de Xerazade tem seduzido gerações de leitores conduzidos por um mundo lendário, mágico e alegórico, povoado de reis, califas, tapetes voadores, misteriosas princesas, enganos, e trágicos amores, em que exotismo e sensualidade se confundem. Porém, As Mil e uma Noites, é, simultaneamente, uma obra que faz parte do imaginário popular e uma das mais desconhecidas da literatura universal. As suas histórias, as mais antigas remontam ao século XIV, foram sucessivamente alteradas, aumentadas ou encurtadas e, até, inventadas por tradutores menos escrupulosos.
Antoine Galland, o primeiro tradutor europeu de As Mil e Uma Noites, acrescentou à tradução do manuscrito em sua posse várias histórias. Estas histórias apócrifas, como as designam os especialistas, terão sido contadas a Galland por um mercador sírio Hanna Diab que falava francês. Entre elas, contam-se algumas das mais populares, como as de Ali Babá e os Quarenta Ladrões ou Aladino e a Lâmpada Mágica.
Este volume reúne as histórias que não provêm dos manuscritos árabes que recolhem lendas e contos tradicionais. Provavelmente, nunca se poderá garantir se terão sido contadas pelo mercador sírio, inventadas por Galland ou constado de algum manuscrito entretanto desaparecido.
7. A tentação de Santo Antão, de Gustave Flaubert - ed. Minotauro, 2023
Em 1845, o escritor Gustave Flaubert (1821/1880) admirou, no Palácio Balbi, em Genova, a pintura atribuída a Pieter Brueghel, o Jovem, A Tentação de Santo Antão. Esta experiência, juntamente com as recordações dos espetáculos ambulantes apresentados na feira de Saint-Romain em Rouen, inspirou a criação da presente obra, objeto estranho e inclassificável com a perfeição formal que caracteriza os escritos do autor.
Antão, o eremita de Tebaida, dialoga com aparições sucessivas e tentações demoníacas: visões de luxúria, seduções de poder e de prazer e a aparição do seu discípulo, Hilarião, que faz desfilar, perante ele, “os deuses de todas as nações e de todas as épocas” sublinhando as contradições das Escrituras. Segundo Baudelaire, seu contemporâneo, a obra constituía o “gabinete secreto do seu espirito” através da qual Flaubert expôs a “faculdade subterrânea do sofrimento” que marca a “desordem tumultuosa da solidão”.
Uma obra percursora que antecipa o movimento surrealista na sua estreita relação com a teoria psicanalítica, conduzindo o olhar do leitor, ora encantado, ora aterrado, através de um mundo “criado por um Deus em delírio".
8. Poemas eróticos sobre frades, freiras e padres , coord. de Victor Correia - ed. Guerra & Paz, 2023
A vida dos frades, freiras e padres está rodeada de interditos devido aos votos de castidade e celibato. A literatura erótica alimenta-se da transgressão associada à sexualidade. Em Portugal, desde a Idade Média, através dos cancioneiros medievais galego-portugueses, que se dá conta de transgressões praticadas por freiras e padres com indivíduos que não pertenciam à Igreja, por padres e freiras entre si, mas também entre os próprios padres e freiras. Porém, é sobretudo nos séculos XVII e XVIII que se escreveram esses poemas em consequência do contexto sociocultural da época, devido, por um lado, ao facto de haver mais conventos no país, e por outro, às influências que Portugal recebeu das “ideias libertinas da Europa desses séculos”.
Organizada por Victor Correia, esta antologia única reúne poemas eróticos sobre frades, freiras e padres, escritos por mais de 50 autores portugueses clássicos, da Idade Média ao início do século XX. No final da antologia, divulga um conjunto de poemas inéditos do século XVIII, cujos manuscritos estão no arquivo nacional da Torre do Tombo: são da autoria de um frade, Frei João de Deus, e foram endereçados a diversas freiras. Têm agora, pela primeira vez, publicação em Portugal.
9. Portugueses na lista negra de Hitler , de Miriam Assor - ed. Casa das Letras, 2023
O nazismo classificou os judeus como inimigos prioritários, mas perseguiu igualmente opositores políticos, testemunhas de Jeová, homossexuais, pessoas acusadas de serem criminosas profissionais e os chamados antissociais (mendigos, prostitutas, alcoólicos). Esterilizou, à força, afro-alemães, vitimou deficientes, empregou medidas extremas contra grupos considerados inimigos raciais, civilizacionais ou ideológicos, ciganos e funcionários e prisioneiros de guerra soviéticos, como lembra Miriam Assor no prefácio ao presente livro. Não obstante Portugal ter declarado neutralidade na II Guerra Mundial, houve cidadãos com documentação portuguesa tragicamente envolvidos na contenda.
Fruto de uma pesquisa de mais de dez anos, esta é uma investigação inédita sobre os judeus portugueses que foram vítimas do totalitarismo nazi, do seu encarceramento, condições de transporte para os campos de extermínio. A obra inclui as memórias dos poucos que sobreviveram ao Holocausto, narradas pelos próprios ou pelos seus descendentes. Lembra a política consular do Estado Novo, que poderia ter feito muito mais para proteger os seus cidadãos no estrangeiro. Recorda os nomes dos diplomatas que desobedeceram às diretivas do Ministério dos Negócios Estrangeiros e a intervenção da Polícia portuguesa, no sentido de fechar as fronteiras e de encurtar o mais possível a estadia dos refugiados em território nacional.
YOUNG ADULT
1. Quinta Estação : Terra fraturada - livro 1, de N.K. Jemisin - ed. Relógio d'Água, 2018
Série duas vezes vencedora do Hugo AwardsEste é o primeiro livro de Terra Fraturada, uma série de fantasia que conta a história do fim do mundo. Começa com a grande brecha vermelha no coração do único continente do mundo, vomitando cinzas que encobrem o sol. Começa com morte, com um filho assassinado e uma filha desaparecida. Começa com traição e feridas há muito adormecidas que despontam para supurar. Isto é o Sossego, um território de catástrofe, onde o poder da terra é empunhado como arma. e onde não há misericórdia.
2. Sete dia em Junho, de Tia Williams - ed. TopSeller, 2022
Quando Eva Mercy e Shane Hall se cruzam num evento literário em Nova Iorque, a faísca entre os dois é inegável, deixando toda a comunidade de autores negros em polvorosa. O que ninguém sabe é que, quinze anos antes, quando eram adolescentes, Eva e Shane passaram uma intensa semana juntos, sete dias que lhes mudaram a vida para sempre. Durante uma quente semana de Junho, Eva e Shane reaproximam-se, mas ela não tem a certeza de poder confiar no homem que lhe partiu o coração e só quer que ele se vá embora rapidamente, para conseguir recuperar o equilíbrio da sua vida. Mas antes que Shane volte a desaparecer, Eva precisa que ele lhe responda a algumas das perguntas que ficaram tantos anos sem resposta.
3. Quebrar o Gelo = Icebreaker : série Maple Hills, de Hannah Grace - ed. Bertrand, 2023
Anastasia treina todos os dias com a ambição de garantir um lugar na equipa de patinagem artística no gelo dos Estados Unidos. Nathan, capitão da equipa de hóquei, nunca enfrentou um problema que não conseguisse e, em boa verdade, que não tivesse de ser ele a resolver. Só que quando um pequeno mal-entendido faz com que as duas equipas tenham de partilhar o mesmo rinque de patinagem da Universidade da Califórnia — Maple Hills, Nate vai acabar por trocar o stick por collants desportivos e ajudar Stassie a treinar. Hum, a treinar… será que vão ficar por aí?
4. Mar alto, de Caleb Azumah Nelson - ed. Particular, 2023
Dois jovens conhecem-se num bar, em Londres. Ambos são afrodescendentes britânicos, ambos receberam bolsas de estudo para escolas particulares às quais tentam pertencer. E ambos são agora artistas — ele, fotógrafo; ela, dançarina. Querem deixar as suas marcas num mundo que, à vez, tanto parece celebrá-los como rejeitá-los. Mar Alto é uma dolorosamente bela história de amor, uma visão poderosa sobre conceitos de raça e género.
5. De amanhã em amanhã, de Gabrielle Zevin - ed. Asa, 2022
Num gélido dia de dezembro, Sam Masur está a sair de uma carruagem de metro quando vê, por entre a multidão na plataforma, a sua melhor amiga de infância, Sadie Green. A amizade entre ambos terminara abruptamente quase uma década antes. O que não o impede agora de chamar por ela. Por um momento, ela finge não ouvir, mas acaba por ceder e olhar para ele. É assim que tudo (re)começa.
6. Viúva de ferro, de Xiran Jay Zhao - ed. Saída de Emergência, 2022
As fronteiras de Huaxia são defendidas por máquinas de guerra gigantescas movidas pela energia vital de um piloto e da sua concubina. Os combates são violentos e, se os homens sobrevivem, as mulheres são quase sempre sacrificadas. Apesar de saber o futuro trágico que a espera, Zetian alista-se no exército com apenas um objetivo: a vingança. Graças à sua força psíquica excecional, Zetian sai vitoriosa do confronto e torna-se na Viúva de Ferro, juntando-se à elite de pilotos e fazendo par com Li Shimin, o piloto mais perigoso e controverso de Huaxia.
7. Twisted lies, de Ana Huang - ed. Clube de Autor, 2023
Stella Alonso é uma romântica sem tempo para relacionamentos. Mas quando uma ameaça do seu passado a leva diretamente para os braços - e para a casa - de Christian, o homem mais perigoso que alguma vez conheceu, fica tentada a deixar-se sentir algo pela primeira vez em muito, muito tempo. O seu amor é distorcido por segredos e manchado pelas mentiras. Quando as verdades finalmente são reveladas, podem destruir tudo irremediavelmente.
8. O jogo perfeito : o homicídio perfeito # 0,5, de Holly Jackson - ed. Presença, 2023
Pip não está com disposição para festas, e logo esta, do Jogo Perfeito, em que o tema são os anos 1920, implica ir vestida a rigor e fingir que são todos de uma ilha chamada Joy. Mas quando o jogo começa e o mistério se adensa, Pip sente-se magneticamente atraída por tudo aquilo: quer entrar na intriga, enganar e não ser enganada, resolver o homicídio…
9. Um reino de intrigas, de Tahereh Mafi - ed. TopSeller, 2023
No grande império de Ardunia, Alizeh é apenas uma criada insignificante. Ninguém pode saber quem ela realmente é: nada mais do que a poderosa rainha há muito desaparecida dos Jinn, um povo com poderes sobrenaturais, forçado ao anonimato para sobreviver. O príncipe herdeiro do império, Kamran, conhece as profecias que ditam a morte do seu avô, o rei. Mas nunca imaginou que aquela criada misteriosa, a rapariga de olhos enigmáticos — que ele não consegue tirar da cabeça — poderia ser a sua completa destruição... e a do seu reino.
Boas leituras!
Nota:
As sinopses são essencialmente disponibilizadas pelas editoras.