quarta-feira, 27 de novembro de 2024

Vai chatear o Camões!

No Agrupamento de Escolas Pioneiros da Aviação Portuguesa, também estamos a comemorar, com alguma irreverência, os 500 anos do nascimento de Camões, poeta português tão emblemático e símbolo da portugalidade. 

Neste contexto, algumas turmas da Escola Secundária da Amadora já compareceram na Biblioteca Escolar, juntamente com os seus professores de Português, para celebrarem o poeta que, com honesto estudo, um saber de experiências feito e inegável engenho, cantou os portugueses, imortalizando-os e imortalizando-se também. 


Os alunos têm realizado com afinco as tarefas propostas pela Biblioteca Escolar: crucigramas sobre cultura camoniana e sobre vocabulário e também completamento de poemas. E, como pintar proporciona o bem-estar e favorece a criatividade, também temos na Biblioteca alguns desenhos de Camões, que os alunos são convidados a pintar. 



A importância deste poeta é tal, que o Dia de Portugal e das Comunidades Portuguesas é o Dia de Camões, celebrado a 10 de junho, data do falecimento do poeta que, com a sua obra, escapou da lei da morte, o esquecimento. 


Relembramos que a resolução do Conselho de Ministros n.º 69/2024, de 3 de junho, determinou a realização de Comemorações do V Centenário do Nascimento de Luís de Camões, entre 10 de junho de 2024 e 10 de junho de 2026, “para homenagear e valorizar o legado de Luís de Camões, cuja influência transcende fronteiras, épocas e gerações”.






quinta-feira, 21 de novembro de 2024

 

BiblioLED - Leitura e Empréstimo Digital.

A BiblioLED é um serviço de empréstimo gratuito de livros digitais e audiolivros disponibilizado através das bibliotecas municipais que integram a Rede Nacional de Bibliotecas Públicas (RNBP).

Com este novo serviço pretende-se fomentar os hábitos de leitura, promover serviços de qualidade nas bibliotecas municipais da RNBP, facilitar o acesso a livros e audiolivros digitais, em complemento ao serviço presencial prestados pelas 445 bibliotecas da Rede Nacional de Bibliotecas Públicas.

O catálogo de títulos da BiblioLED é constituído por uma coleção nacional disponibilizada a todas as bibliotecas da RNBP e por 25 coleções regionais apenas acessíveis em cada Rede Intermunicipal e Rede Metropolitana.

A BiblioLED é a sua biblioteca pública que está consigo todos os dias, onde estiver e quando quiser!

A seleção de livros digitais e audiolivros da BiblioLED procura oferecer boas experiências de leitura a crianças, jovens e adultos!

Aceder a livros e audiolivros digitais nunca foi tão fácil!

  • No seu smartphone ou tablet, através da App Biblioled
  • No leitor online
  • No e-reader

Navegue pelo nosso catálogo, descubra novos autores, empreste e reserve os seus livros e audiolivros digitais preferidos.

Com a BiblioLED, a leitura nunca esteve tão acessível a todos!

Com a BiblioLED pode aceder de forma gratuita a livros digitais e audiolivros em qualquer lugar, 24 horas por dia, 7 dias por semana, durante todo o ano.

Para utilizar este serviço tem de estar inscrito numa das bibliotecas municipais que fazem parte da Rede Nacional de Bibliotecas Públicas em Portugal.

Se tiver dúvidas ou quiser saber mais sobre a BiblioLED contacte a biblioteca municipal da sua localidade.

Encontre a biblioteca municipal onde está inscrito e faça o seu registo!

A BiblioLED é um serviço de acesso a livros para empréstimo digital, administrada pela Direção-Geral do Livro, dos Arquivos e das Bibliotecas e financiada pelo Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), Medida C04-i01-m03 – Internacionalização, modernização e transição digital do livro e dos autores.


sexta-feira, 1 de novembro de 2024

Atividade de Halloween - Hunt Creepy Eyes

Participaram no Concurso "Hunt Creepy Eyes", até ao dia do Halloween, nada mais, nada menos do que 13 turmas da Escola Secundária da Amadora! 

Que arrepiante! 

E mais 5 turmas já têm a sua participação agendada!

Ganha este concurso a equipa de cada turma que encontrar mais olhos arrepiantes, escondidos entre os livros ou nos espaços da biblioteca, seguindo pistas escritas em inglês. 


Têm sido momentos de muita ação, durante os quais os concorrentes mobilizam os seus conhecimentos de inglês, apelam à sorte e reúnem toda a coragem para recolherem olhos tão arrepiantes!








 

quarta-feira, 30 de outubro de 2024

Contos de Halloween Medieval - Histórias em Português (turmas 10.º 2, 10.º 6 e 10.º 8).

Muitos dos nossos alunos já entraram no espírito do Halloween. 

E a comprová-lo estão aqui os contos redigidos por alunos das turmas 10.º 2, 10.º 6 e 10.º 8, sob sugestão da professora Carla Assis. 

Qual deles o mais assustador? 

https://padlet.com/carlaassis5/halloween-medieval-rpweyt5hgtx4yeeq


Confere!



Maratona de Cartas

A Maratona de Cartas irá ter início já no dia 4 de novembro e, mais uma vez, o Agrupamento de Escolas Pioneiros da Aviação Portuguesa já está inscrito. 

O que é a maratona de cartas? 

A Maratona de Cartas é o maior evento de direitos humanos organizado pela Amnistia Internacional em todo o mundo. Nos últimos meses de cada ano, milhões de pessoas mobilizam-se para que atuem em defesa de pessoas e comunidades que veem os seus direitos humanos violados, aceitando, assim, fazer frente à injustiça e contribuir para um mundo mais justo: assinam petições, escrevem cartas, organizam eventos, partilham informação nas redes socias, fazem donativos e juntam-se ao movimento.

A 23ª edição da Maratona de Cartas decorre em Portugal de 4 de novembro de 2024 a 31 de janeiro de 2025

Se queres saber mais sobre a Maratona de Cartas faz o CURSO ONLINE gratuito de apenas 15 minutos – O QUE É A MARATONA DE CARTAS? 


Consulta a página da Amnistia Internacional e sabe mais sobre as pessoas que precisam da nossa ação. Maratona de Cartas - Amnistia Internacional Portugal 

terça-feira, 15 de outubro de 2024

segunda-feira, 14 de outubro de 2024

Os filhos de Anansi


Quando o pai de Charlie Gordo dava nomes a coisas, era certinho que pegavam. Como, por exemplo, chamar Charlie Gordo ao filho. Mesmo agora, passados mais de vinte anos, Charlie Nancy não consegue livrar-se daquela espécie de alcunha, e isto é apenas um dos muitos presentes embaraçosos que o pai lhe deu - antes de cair morto, mortinho num palco de karaoke e arruinar, por completo, a vida de Charlie.


Sim, sim, porque o Sr. Nancy deixou mais surpresas a Charlie. Como, por exemplo, um estranho que lhe aparece à porta e diz ser o irmão que ele nunca conheceu. Subitamente, a vida de Charlie Gordo começa a tornar-se… muito interessante.

Esta é a história de dois irmãos, filhos de Anansi, um pai que não era humano, mas antes um deus africano, caótico e endiabrado. Os filhos daquele deus são, no entanto, radicalmente diferentes: Charlie é inseguro e banal; e Spider é o herdeiro dos poderes mágicos paternos. O confronto entre os dois vai mudar para sempre os seus destinos.

Num prodigioso exercício de imaginação, como Neil Gaiman nos habituou, esta é uma história audaz, movida pelo caos, a sorte, o azar e o engano, que ilumina, de forma estranha e magnífica, o lado mais divino da humanidade.

Amadora BD 2024 - Festival de Banda Desenhada.

 É já esta semana que começa o tão esperado Festival de Banda Desenhada, na Cidade da Amadora!

São 15 as exposições que, de 17 a 27 de outubro, podem ser visitadas durante a 35ª edição do Festival Internacional de Banda Desenhada da Amadora – Amadora BD 2024. Sob o tema ‘Humanidade’, o evento celebra os 50 anos do 25 de abril apresentando inúmeras exposições que exaltam os valores da democracia, liberdade, justiça e igualdade.

Não deixes escapar nada!


Consulta para mais informações:
https://www.cm-amadora.pt/pt/8649-amadora-bd-2024.html

AMADORA BD 2024
17 a 27 de outubro de 2024
Horário: de 2ª a 5ª das 10h às 20h | 6ª, sábado e domingo das 10h às 21h
Parque da Liberdade (Antigo Ski Skate Amadora Park) | Galeria Municipal Artur Bual | Bedeteca da Amadora | Casa Roque Gameiro


sexta-feira, 20 de setembro de 2024

AEPAP vence, pelo segundo ano consecutivo, o “Concurso 50 Listas de leitura”, promovido pelo Plano Nacional de Leitura



Os professores bibliotecários têm consciência que o acervo, assente em critérios de qualidade e diversidade, é determinante para a promoção do gosto pela leitura e fator decisivo para o aumento dos hábitos e índices de leitura, sendo fundamental a aquisição e renovação, sempre que possível, de novos títulos. Se as bibliotecas das escolas do primeiro ciclo e do ensino pré-escolar do nosso concelho contam, todos os anos, com o reforço de fundo documental proveniente do financiamento da Câmara Municipal da Amadora, o mesmo não sucede nas escolas de 2.º e 3.º CEB e nas Escolas Secundárias.

Assim o lançamento de um concurso como "50 Listas de Leitura", que  atribui 2000.00€ a cada um dos 50 AE/ ENA, cujas listas de livros mais bem correspondem aos critérios pré-definidos de qualidade, diversidade e representatividade dos vários perfis leitores das comunidades educativas, constitui uma oportunidade a não perder,  em especial na Escola Secundária da Amadora.

A participação do AEPAP, nesta segunda edição,  foi encarada como um enorme desafio, em virtude das bibliotecas do Agrupamento terem já sido contempladas na edição do ano anterior e por os critérios de seleção serem mais exigentes. Era também definido no Regulamento  do concurso que seriam privilegiadas AE/ENA que não tivessem sido contemplados com verbas do PNL no ano 2024.

Cientes destes factos, em julho, as professoras bibliotecárias da ESA e das escolas do 1.º CEB, respetivamente, Ana Paula Rodrigues e Margarida Hortas, abraçaram com entusiasmo esta candidatura, que, tal como a anterior edição, teve como objetivo fomentar a diversidade de sugestões de leitura, tendo em conta todas as idades da Comunidade Educativa (alunos, corpo docentes e não docente) e todos os perfis de leitores considerando a possibilidade de existir vários perfis de leitores numa mesma faixa etária. Assim era necessário propor para:

- Pré-leitores – 20 a 30 títulos.
- Leitores iniciais – 20 a 30 títulos.
- Leitores médios - 20 a 30 títulos.
- Leitores autónomos - 20 a 30 títulos.

Para este efeito tinha de ser proposta uma lista de 100 títulos com as devidas informações bibliográficas: autor, título, editora, ano de edição, nacionalidade dos autores, perfil do leitor, género, tópico/tema/assunto, representação da diversidade e diversidade gráfica. 

Os títulos que integravam a lista não tinham de constar, obrigatoriamente, no catálogo do PNL e as 50 listas que melhor refletissem os critérios de seleção seriam as vencedoras. A saber: o conjunto de títulos sugeridos deviam ser para todas as idades e para todos os perfis de leitores do agrupamento; 

- no mínimo 80% dos títulos deviam ter sido editados nos últimos cinco anos; 

- era obrigatório as listas incluírem, no mínimo 5 géneros de ficção entre: romance/narrativa longa, novela, conto, poesia, álbum ilustrado, teatro, banda-desenhada, crónica, memórias, diário, epistolar; sendo que não podiam ultrapassar o número máximo de 60 livros

- integrar no mínimo três géneros de não-ficção entre: biografia, reportagem, ensaio, fotojornalismo, informativo, entrevista, que teriam de ser, no mínimo 40 títulos

- A lista proposta tinha também de privilegiar os autores portugueses, tendo 40 ou mais títulos de livros de autores nacionais e mais de 5 títulos de livros de autores de outras nacionalidade

- representar no mínimo 30 editoras.

- Não podia, ainda, ser esquecido que a lista devia incluir livros que representassem uma diversidade de temas: relações interpessoais; valores e emoções; família; amizade, amor; ambiente; fantasia, mitologia; mistério, crime, policial; media, digital, tecnologia; política, história, economia; desporto; saúde, desenvolvimento pessoal; viagens; cultura e arte; pensamento, filosofia, religião; trabalho - mínimo de 8 tópicos; 

- integrar livros que representassem a diversidade de género: modelos de família, religião, tecido social, política, geográfica - mínimo de 4 títulos

- além da sua diversidade gráfica – ilustração, fotografia e composição tipográfica, formato do livro - com o mínimo de 10 títulos.


Das 246 AE/ENA que concorreram nesta segunda edição do concurso "50 Listas de Leitura" o nosso agrupamento consta da lista das escolas premiadas, na 10.ª posição.


Estamos novamente de parabéns!


Fique a conhecer as 50 Listas de Leitura 2024

sexta-feira, 30 de agosto de 2024

Está na hora... da despedida!

Sardenha, Itália (via Pinterest) 


Ao longo de onze anos o “Biblioteca E@sa” teve o propósito de constituir um espaço de divulgação de projetos e iniciativas em que nos envolvemos e de disponibilização de recursos, de reflexão, de sugestões de leitura e atividades. 

Desejamos que este caminho que trilhámos, que este espaço de partilha que criámos, tenha continuidade e seja, também, acompanhado por muitos mais seguidores. 

Que outras mãos deem vida ao Biblioteca E@sa”. 
 

ADEUS 

É um adeus...
Não vale a pena sofismar a hora!
É tarde nos meus olhos e nos teus...
Agora,
o remédio é partir discretamente,
sem palavras,
sem lágrimas,
sem gestos.
(...)

TORGA, Miguel; Diário XII


Até sempre!

segunda-feira, 12 de agosto de 2024

9.ª edição da Festa do Livro da Amadora



De 13 a 15 de setembro realiza-se a 9.ª edição da Festa do Livro, na Biblioteca Municipal Fernando Piteira Santos, com várias atividades para todas as gerações como debates, workshops, bem como uma feira do livro.

Entre as atividades destaca-se a já habitual Feira do Livro que irá estar em permanência no Auditório Rogério Rodrigues, onde poderão adquirir obras de todos os convidados que farão parte da Festa.

O primeiro dia, que inicia a 13 de setembro, foca-se na celebração dos 50 anos do 25 de Abril de 1974, iniciando-se com uma Conversa com Ana Markl, autora de uma obra infantojuvenil sobre a memória da Revolução dos Cravos. A tarde segue ainda com uma Mesa de Debate sobre a Criatividade e Humor em Tempos de Censura, que contará com a presença de Rui Cardoso Martins e Rita Taborda Duarte, com moderação de Sara Figueiredo Costa, seguido de um apontamento musical a cargo de Miguel Berkeimer.

Dia 14 tem atividades ao longo de todo o dia. A Cerimónia de Entrega do Prémio Literário anual do Município (Prémio Literário Orlando Gonçalves) arranca o segundo dia de Festa às 11h30. Segue-se o Ateliê de Escrita Fantástica dinamizado pela autora M. G. Ferrey que acontece às 14h00 e antecede as duas mesas de debate que se irão realizar ao longo da tarde: Mesa de Debate sobre Literatura Jovem Adulto com Daniela Rebocho e Diogo Simões; e Literatura e Redes Sociais com Bruno Leão e Filipa Fonseca Silva. Este dia dedicado ao público mais jovem culmina com a segunda edição da Amadora YA Book Party, às 19h00, um momento de convívio para os jovens amantes da literatura, especialmente dos livros young adult, com atividades focadas na temática dos livros e universos associados, um espaço com música, comida e muita animação. 

Para o último dia de Festa reservámos o habitual Ateliê de Banda Desenhada, dinamizado pela autora Joana Rosa. Da parte da tarde acontecerão novamente duas mesas de debate: Banda Desenhada com dois nomes de força na Banda Desenhada no feminino, nomeadamente Filipa Beleza e Joana Afonso; mesa de Literatura Lusófona Atual com os escritores brasileiros Rafael Gallo e Tatiana Salem Levy; e um episódio especial do podcast de Mariana Alvim, «Vale a Pena», gravado ao vivo e que terá como convidado Vítor Martins. 

É ainda de destacar o «Jantar Mistério» às 20h00 no domingo dia 14, que este ano adotará um formato mais interativo, em que os participantes encarnarão personagens do livro de Mafalda Santos, dando-lhes vida ao contracenar com os restantes. Um jogo que será desempenhado pela própria autora, que nessa noite será também ela uma personagem.

A entrada é livre e a maior parte das atividades são totalmente gratuitas, embora algumas requeiram inscrição, estando sujeitas à lotação dos espaços. 

Local: Biblioteca Municipal Fernando Piteira Santos. 

Data: 13-15 Setembro de 2024.

Horário: Sex 16.00-20.00;  Sáb 14.00-22.00 e Dom 10.00-13.00 / 14.00-20.00.
 
Entrada livre.



Consulte aqui o programa da Festa do Livro


Venha festejar a Cidade, o Livro e a Leitura!


Fonte:

sexta-feira, 9 de agosto de 2024

Festa do Livro em Belém 2024



A VII.ª edição da Festa do Livro regressa aos Jardins do Palácio de Belém entre os dias 5 a 8 de Setembro. 

Tal como nas edições anteriores, realizadas todos os anos desde 2016, irão ser quatro dias de leituras, debates, livros, música, cinema, jogos didáticos e apresentações, numa iniciativa do próprio Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, com a APEL – Associação Portuguesa de Editores e Livreiros, e a colaboração das BLX – Bibliotecas de Lisboa.

A animação musical ficará a cargo de Capicua (6 de setembro, 21h30), Fernando Daniel (7 de setembro, 21h30) e Capitão Fausto (8 de setembro, 21h30). O programa completo da Festa do Livro em Belém 2024 será divulgado em breve.

A entrada é livre pelo Museu da Presidência da República ou pelo Jardim Botânico Tropical.

Fonte: 
Museu da Presidência da República: facebook.  Festa do livro em Belém 2024. Acedido em https://www.facebook.com/events/779156427716938

quinta-feira, 8 de agosto de 2024

Vamos falar sobre ecrãs e tecnologias digitais

Título: Vamos falar sobre ecrãs e tecnologias digitais
Autor coletivo: Ordem dos Psicólogos Portugueses
Colab. Ivone Patrão
Data de publicação: Maio de 2024
N.º pág.: 64 p.

Descarregar o documento aqui.

A Ordem dos Psicólogos Portugueses (OPP) divulgou, também, um documento informativo destinado aos pais, mães e cuidadores, que pode aceder aqui.

segunda-feira, 5 de agosto de 2024

Os factos e as lendas da vida e obra de Luís Vaz de Camões | Podcast


#Camões500






Henrique Monteiro e Lourenço Pereira Coutinho convidaram Carlos Maria Bobone, crítico literário e autor do livro recentemente publicado “Camões, vida e obra”, para uma conversa em torno deste personagem fundamental da História de Portugal.

Nesta conversa são abordados temas como: 
  • o que será lenda, o que é provável, e o que pode comprovar-se sobre a vida do poeta? 
  • Será que o foco da obra épica "Os Lusíadas" é a História dos feitos dos portugueses e seus antepassados? 
  • Qual a importância da obra de Camões para a cultura portuguesa? 
  • Como foram os seus últimos anos, será que morreu pobre, amargurado e angustiado com o futuro de Portugal?

O podcast integra-se na rúbrica do Expresso "A história repete-se" que, através de um diálogo descontraído, quer suscitar curiosidade pelo passado e construir pontes com o presente. 

Todas as semanas Henrique Monteiro e Lourenço Pereira Coutinho partem de um ponto que pode levar a muitos outros...

quinta-feira, 1 de agosto de 2024

PNL | Sugestões de leitura para férias 2024



A equipa do PNL sugere leituras para todos.

Nas listas de sugestões para diferentes públicos e gostos, incluem-se propostas de:
  • Livro que não se consegue parar de ler
  • Clássico intemporal
  • Reviravolta completamente inesperada
  • Livro com choro garantido
  • Livro que nos faz sentir mais inteligentes
  • Livro curto
  • Grande volume








Aqui ficam outras sugestões de leitura, desta vez, dadas pelo Expresso.


Boas leituras!

quarta-feira, 31 de julho de 2024

Djaimilia Pereira de Almeida vence Grande Prémio de Romance APE | DGLAB


Djaimilia Pereira de Almeida recebeu, pela sua novela Toda a ferida é uma beleza, o Grande Prémio de Romance e Novela da Associação Portuguesa de Escritores e patrocinado pela Direcção-Geral do Livro, dos Arquivos e das Bibliotecas (DGLAB).

O júri, constituído por Carina Infante do Carmo, Carlos Mendes de Sousa, Cândido Oliveira Martins, Cristina Robalo Cordeiro e Francisco Topa, coordenado por José Manuel de Vasconcelos decidiu “privilegiar uma novela que faz da brevidade o lugar do mistério e da poesia: na contenção da sua escrita reside o essencial da estranheza de um mundo ao mesmo tempo ingénuo e cruel, infantil e adulto".

O livro, publicado na Relógio D'Água em junho de 2023, tem ilustrações de Isabel Baraona. As outras obras desta escritora angolana estão disponíveis aqui.

terça-feira, 23 de julho de 2024

Uma lista para nunca mais adiar as leituras:
32 clássicos para o verão


Vai de férias? 

Precisa de livros? 

E é desta que vai tentar "atirar-se" às obras literárias mais notáveis? 

Entre clássicos portugueses e estrangeiros, jornalistas e colaboradores do Observador sugerem 32 obras fundamentais. São romances e ensaios, são alta literatura e banda desenhada, são publicações com várias décadas e outras mais recentes, mas que já inscreveram um lugar na História. 

As edições aqui apresentadas são as mais recentes ou as que os autores das sugestões fizeram questão de apresentar. 

Boas leituras.

Camões : uma antologia

Frederico Lourenço
Quetzal
632 páginas


No ano em que se comemora o V Centenário do nascimento de Luís de Camões vale a pena regressar ao grande poeta e fundador da língua portuguesa. A maior ajuda para esse regresso é a mão de Frederico Lourenço a guiar-nos numa leitura atenta pelos pontos altos da obra que queremos celebrar. Com notas muito informativas, extremamente pertinentes e com uma sabedoria deslumbrante, esta antologia assinada por um homem de sólida formação clássica funciona como uma aprendizagem nova do maior vulto da nossa literatura. 
 
Alexandra Carita


Absalão, Absalão!

William Faulkner
Tradução: Maria Jorge de Freitas
D. Quixote
400 páginas


A história dos Estados Unidos da América não se conta sem a narrativa de William Faulkner. São as personagens que cria, de uma mestria no conhecimento do humano e da sua condição, que definem o que de facto pontuou o nascimento de uma nação, não por acaso, a mais poderosa do nosso mundo. A Guerra Civil americana, que moldou e ainda molda a alma desses homens, é o palco onde se desenrola esta ficção, escrita em 1936, e que põe a nu e verdadeiramente une e desune a nossa civilização. Ainda mais sublime neste livro é a sua lucidez e a escrita inigualável.

Alexandra Cabrita


O Egipto e outros textos sobre o Médio Oriente

Eça de Queiroz
Relógio D’Água
368 páginas


No dia em que se faça, enfim, uma nova revisão da Constituição, propomos acrescentar à lei fundamental esta recomendação: que todo o indivíduo de cartão do cidadão português leia, ao menos, um Eça por ano. Estica-nos a inteligência, passa-nos a ferro a mania da modernidade, reconcilia-nos com a Portugalidade e, ao mesmo tempo, com o desprezo que tenhamos por ela. Este volume, certamente dos menos conhecidos do autor, é dos que melhor vai com o Verão: um livro de viagens escrito em 1869, quando Eça tinha apenas 23 anos e foi à inauguração do Canal do Suez. 

Alexandre Borges


Catch-22

Joseph Heller
Tradução: Eduardo Saló
D. Quixote
544 páginas


O editor decretou o fim da ditadura das novidades. Para este ano, queria uma lista de clássicos. Suspirámos de alívio. Isto não é bem uma recomendação, portanto; é uma confidência. Este ano é que nos vamos atirar às 500 páginas do clássico de Joseph Heller, raramente descrito por menos que hilariante, amargo, o melhor romance americano sobre a II Guerra Mundial, o – nas palavras de Norman Mailer – rock-and-roll dos romances. Vemo-nos em setembro, com um bronzeado de condutor de calhamaços (corpo escaldado e um retângulo branco à volta da cabeça e ali até meio do peito). 

Alexandre Borges


Folhas caídas

Almeida Garrett
Book Cover
80 páginas


A construção do ritmo é coisa que aqui encanta. E a obsessão de Garrett mais ainda. Vários dos poemas mostram uma tensão doente, um toca-e-foge, um vício que lhe arde em cada página. Ao lê-lo, dá ideia de que temos perante nós a tensão à flor da pele, e isto porque foi trabalhada, depurada, até restar apenas o desespero, a desolação. Longe dos livros do Romantismo que eram mais proposta política do que literatura (perdoem-me os líricos), aqui temos um romantismo de braço dado com a ironia, que nunca deixa de lado umas facadinhas de amante ressabiado com a vida. 

Ana Bárbara Pedrosa


A Leste do Paraíso

John Steinbeck
Tradução: João Belchior Viegas
Livros do Brasil
744 páginas


Talvez seja o grande livro de Steinbeck, que não escreveu coisa pouca. O romance, numa prosa irrepreensível, límpida e densa no mesmo rasgo, parece que vai a tudo, relatando a vida de várias gerações de duas famílias na Califórnia entre 1860 e 1920. Enquanto a paisagem seca daquela zona vai aparecendo quase como personagem, são os Trask e os Hamilton que engatam o leitor. E, pegando no território da família, esse onde a vida inteira tem lugar, Steinbeck, perdoe-se o clichê, faz um romance universal, pondo em cena tudo o que toca e molda e muda. 

Ana Bárbara Pedrosa


O amor é fodido

Miguel Esteves Cardoso
Bertrand
160 páginas


Podemos assumir que, por vezes, palavrões surgem nas capas dos livros como forma de chamar a atenção. Neste caso, é sobretudo para ir direto ao assunto e não deixar ninguém cair no engano. O livro de Miguel Esteves Cardoso resistiu ao tempo e lê-se menos como uma história ou romance e, sim, como um belíssimo exercício da língua, com as voltas que o autor pode dar ao lirismo. 

André Almeida Santos


O talentoso Mr. Ripley

Patricia Highsmith
Tradução: Mário-Henrique Leiria
Relógio D’Água
264 páginas


Se viu a série da Netflix na primavera deste ano, então leia o livro durante o verão. O primeiro – e melhor – de cinco romances em volta de Tom Ripley é o que se reporta à série e é onde se lê Highsmith a edificar os traços de um psicopata que criaria um padrão na literatura, no cinema e na televisão nas décadas seguintes. É aqui que se desenha a ideia contemporânea de que o leitor (ou o espectador) faz parte do jogo, da sedução e está disposto a ser burlado pela personagem. 

André Almeida Santos


A jangada de pedra

José Saramago
Porto Editora
352 páginas


Está na hora de ler José Saramago, mas por onde começar? A resposta pode ser A Jangada de Pedra. Na história, a Península Ibérica separa-se do resto da Europa e começa a mover-se no Atlântico com destino incerto. A partir daqui, o que pode acontecer? É o que descobrimos através da jornada de personagens peculiares, das respetivas diferenças sociais, dos valores e dos interesses, tudo moldado pela ironia de Saramago. 

Andreia Costa


A sombra do vento

Carlos Ruiz Zafón
Tradução: José Teixeira de Aguilar
Planeta
512 páginas


Estamos em 1945, Barcelona, um pai leva o filho a um local secreto com milhares de obras. Aí, o miúdo escolhe um livro que vai transportá-lo muito para lá do que está escrito nas páginas. A obsessão pelo autor é o motor para uma jornada de intriga, desencontros e uma história de amor trágica que se propaga como um tsunami. No melhor livro de Zafón descobrimos ainda uma Barcelona tão sombria quanto misteriosa e mágica. 

Andreia Costa


Pedro Páramo

Juan Rulfo
Tradução: Rui Lagartinho
Cavalo de Ferro
172 páginas


Antes de García Márquez, de Vargas Llosa ou de Fuentes, havia Juan Rulfo. O mexicano deixou pouca obra, mas decisiva para toda uma geração. Este seu único romance, árido, trata a violência do México rural sob uma estrutura não linear e fantasmagórica de uma história de um filho que procura o progenitor num vilarejo remoto, descobrindo-o morto depois de falar com espectros. Rulfo sabia uma coisa ou duas sobre o tema — afinal de contas, mataram-lhe o pai quando tinha seis anos. 

António Moura dos Santos


O cavalo de sol

Teolinda Gersão
Porto Editora
228 páginas


Mais tórrido do que o verão, só uma história de amor(es) proibido(s). Vencedor do P.E.N. Clube Português de Narrativa em 1989, O Cavalo de Sol retrata um Portugal rural e tacanho dos anos 30, onde as convenções de género inflexíveis eram infernos silenciosos para as mulheres — e para os maridos que não as amavam. É o que se passa entre Jerónimo, homossexual reprimido, e a sua prima Victoria, forçada a casar com ele, numa delicada e melancólica história que consta entre o que de melhor Teolinda Gersão já publicou. 

António Moura dos Santos


O piolho viajante

António Manuel Policarpo da Silva
Palimpsesto
360 páginas


A tradição pícara tem vários exemplos engraçados na nossa língua. Um dos mais divertidos é este Piolho Viajante, um exemplo já tardio mas ainda assim muito divertido deste tipo de literatura. A premissa deduz-se do título: trata-se das viagens de um piolho pelas várias cabeças que o alojam, com os problemas que causam, para um piolho, uma careca ou uma cabeça mal-lavada. Entre as aventuras do Lazarillo ou do Tom Jones e as histórias sobre objetos animados, como Os Relógios Falantes, O Piolho Viajante é um dos maiores expoentes da nossa literatura cómica. 

Carlos Maria Bobone


Two renaissance book hunters

Poggius Bracciolini e Nicolaus de Niccolis
Columbia University Press
393 páginas


Imaginemo-nos no ambiente que Yourcenar traçou em A Obra ao Negro. Talvez um pouco antes, entre eruditos que viajam pela Europa à procura de manuscritos perdidos de mestres Antigos, secretários papais envolvidos em problemas políticos, mas sempre com uma consciência desperta para as grandes questões filosóficas. É isso que temos na correspondência entre Poggio e Niccolis, dois sábios renascentistas que discutem tudo, da importância dos banhos romanos às traduções de Platão, numa mistura extraordinária entre o quotidiano e a cultura do fim da Idade Média. 

Carlos Maria Bobone


As benevolentes

Jonathan Littell
Tradução: Miguel Serras Pereira
D. Quixote
893 páginas


Aviso à navegação: não espere sair ileso destas 893 páginas. As Benevolentes (nome derivado das deusas gregas Erínias, que castigavam os homens pelos seus crimes de sangue) aborda o período da II Guerra Mundial a partir da figura de um ex-oficial nazi, Maximilien Aue. A escrita é tão grotesca quanto requintada e isso incomoda-nos. Ao mesmo tempo que alimentamos a repulsa pela personagem principal, constatamos algo insuportável: o quão parecidos nós, leitores, somos de Maximilien Aue. Jonathan Littell propõe-nos, assim, uma reflexão exigente sobre a banalidade do mal. 

Filipa Vaz Teixeira


A costa dos murmúrios

Lídia Jorge
D. Quixote
260 páginas


Publicado em 1988, é um romance ímpar na forma como aborda a Guerra Colonial. O seu valor é tão mais inestimável quanto mais tempo passa sobre esse período histórico. Com uma escrita que toca na pele e dividindo a narrativa em dois momentos distintos, a escritora conseguiu dar uma visão feminina a um tema que até então estava praticamente reservado às vozes masculinas que participaram na Guerra. Abriu novas perspetivas de entendimento sobre o contraste entre os horrores vividos no terreno e a grandeza imperialista propagandeada pelo Estado Novo. 

Filipa Vaz Teixeira


A montanha mágica

Thomas Mann
Relógio D’Água
864 páginas


Um livro pode ser umas das últimas formas de sobreviver à voragem que a tecnologia introduziu nas nossas vidas, ao fazer da leitura uma forma de desafiar o tempo dos relógios, das máquinas, do ciberespaço. A Montanha Mágica, romance escrito há cem anos, obriga a outra experiência do tempo. Aqui não há acontecimentos, apenas paisagens do mundo interior, sensações das pessoas olhando em redor, reagindo. Hans Castorp deixa a planície e sobe ao topo da montanha para visitar o primo no sanatório de Berghof. Lá em cima vigora o tempo mitológico. Chega como neófito e sairá como veterano. 

Joana Emídio Marques


A noite e o riso

Nuno Bragança
D. Quixote
224 páginas


A noite e o riso é a história de um homem que, a tentar ser escritor, inventa uma personagem que é ele próprio e nesse jogo reinventa a literatura portuguesa. Um romance que troca o dia pela noite, a autoridade pelo riso que, recorrendo à farsa, estilhaça o Portugal de instituições decadentes do final dos anos 60 do século XX. Nesse mesmo gesto, estilhaça também uma língua e uma literatura tornada, ela própria, obediente ao poder, manipulada, amputada do fulgor que lhe deram Gil Vicente ou Fernão Mendes Pinto. 

Joana Emídio Marques


Novas Cartas Portuguesas

Maria Isabel Barreno, Maria Teresa Horta e Maria Velho da Costa
D. Quixote
464 páginas


Abanou e arejou um Portugal bafiento, reivindicando o direito da mulher a ter corpo e pensamento. Destruído pela censura três dias depois de estar em circulação sob o pretexto de ser “insanavelmente pornográfico e atentatório da moral pública”, o livro das "Três Marias" é revolucionário do discurso à forma e permanece um libelo contra todas as formas de opressão, com críticas à ideia cristalizada e subserviente da mulher, à ditadura, à Guerra Colonial, ao sistema judicial. É uma obra plena de modernidade, mesmo 50 anos depois. 

Joana Moreira


O ano do pensamento mágico

Joan Didion
Tradução: Hugo Gonçalves
Cultura Editora
180 páginas


Pioneira do jornalismo narrativo, a escritora e jornalista Joan Didion (1934-2021) já se cimentara como voz literária com as crónicas em que retratava a vida cultural e política norte-americana, mas foi em 2005 que o seu nome se firmou com O Ano do Pensamento Mágico, obra finalista do Prémio Pulitzer. O confronto com a morte do marido e da filha num curto espaço de tempo resultou no derradeiro livro do luto. A escrita é enxuta e precisa, o pensamento límpido, a mágoa real, o início inesquecível: “A vida muda num instante. Num dia normal.”  

Joana Moreira


O pedaço que falta

Shel Silverstein
Bertrand Editora
112 páginas


Há palavras cansadas e que nos cansam. “Génio” é uma delas. “Génio esquecido” uma derivação gasta. E “génio desconhecido” uma tentativa falha de requisitar a nossa atenção. Peço-lhe, portanto, alguma benevolência ao ler que o escritor, poeta, cartunista, satirista, músico, compositor e dramaturgo norte-americano Shel Silverstein foi todas estas coisas. Publicada em 1976, esta curtíssima história sobre uma pedra que vai rebolando em busca de uma lasca que a complete ecoa — e ecoará – naquele vazio alojado, consoante os indivíduos, entre a cavidade abdominal e o hipotálamo. No fim, é possível que esse vazio seja até apreciado. 

Joana Stichini Vilela


Trilogia Filipe Seems

António Jorge Gonçalves e Nuno Artur Silva
ASA
112 páginas


No início da década de 1990, o ilustrador António Jorge Gonçalves e o argumentista Nuno Artur Silva começaram a publicar páginas de banda-desenhada no extinto semanário Se7e. Não suspeitariam os dois jovens que era o início não só de uma trilogia de álbuns de BD — Ana; A História do Tesouro Perdido; A Tribo dos Sonhos Cruzados — mas da criação de um clássico. E ainda de um herói romântico que ficaria na memória de uma geração, o escritor e detetive Filipe Seems, sempre envolto em mistérios irresolúveis, reflexões filosóficas e fantasias com mulheres bonitas. Foi reeditada este ano. 

Joana Stichini Vilela


Os cus de Judas

António Lobo Antunes
D. Quixote
200 páginas


Com o tempo, o próprio António Lobo Antunes desmereceu Os cus de Judas – era demasiado verboso, demasiado adjetivado, com imagética carregada. Mas a narrativa que o autor criou servia acima de tudo os seus próprios interesses – era uma forma de assinalar que evoluíra, que já não era aquele escritor. O que em nada diminui o poder de Os Cus de Judas, uma torrente voraz sobre a solidão e o impacto da guerra num homem, contado em registo de fluxo-de-consciência, sob a influência de Faulkner e Céline e, sim, carregado de adjetivos e imagens complexas e frases que nunca acabam. E ainda assim, uma experiência única sobre o desespero humano. 

João Bonifácio


Pastoral americana

Philip Roth
D. Quixote
425 páginas


Narrado por Nathan Zuckerman, um dos alter-egos preferidos de Roth, centra-se na vida de Seymour Levov, “o Sueco”, símbolo quase aspiracional de uma certa ideia de América: desportista, confiante, caminhando com a leveza de quem precisa de se pôr em causa. Num reencontro de liceu, Zuckerman conhece Jerry Levov, o irmão de Seymour, que lhe conta a tragédia que se abateu sobre este e a partir daí Zuckerman recria a vida do Sueco, numa descida aos infernos, mais simbólica da América do que qualquer imagem de juventude. 

João Bonifácio


Os Lusíadas

Luís Vaz de Camões
Guerra & Paz
312 páginas


Talvez os disparates constantemente ecoados, da esquerda à direita, a respeito d’Os Lusíadas abrandassem um pouco caso 1% das pessoas que os repetem se dedicassem a ler o livro com atenção. Das grandes epopeias ocidentais, a de Camões talvez seja a de mais hesitante exaltação, regada de adversativas e de questões acerca da bondade do fim último da expansão e violência ultramarina. Não gosta de livros que louvem cegamente os Descobrimentos? Camões também não. 

João Pedro Vala


Dom Quixote de la Mancha

Miguel de Cervantes
Tradução: Miguel Serras Pereira
D. Quixote
936 páginas  


Esta recomendação é feita para todos os que não tenham crianças ao seu cuidado neste verão. Li a história do engenhoso fidalgo e seu fiel escudeiro há dez anos, numas férias na Croácia, e lembro-me de me sentir a torrar ao sol nos campos aragoneses, sem conseguir largar o raio do livro. Se era para isso, e não me levem a mal, mas mais valia ter ido passar férias a Espinho. Visitar Dubrovnik foi dinheiro deitado à rua. 

João Pedro Vala


O estrangeiro

Albert Camus
Tradução: António Quadros
Livros do Brasil
88 páginas


A forma como os temas que deambulam por este livro — crime, o absurdo, o sentido de estarmos aqui — são tratados tem influenciado tudo e todos, do mundo em geral à vida deste que vos escreve em particular. É considerado uma das obras-primas da literatura francesa do século XX, inspirou filmes e músicas e continua a ter uma das melhores frases de abertura de um livro: "Hoje a minha mãe morreu. Ou ontem, não sei". Melhor ainda só o facto de falar do sistema judicial como ninguém. Querem leitura mais apropriada para este verão? 

José Paiva Capucho


O delfim

José Cardoso Pires
Relógio D’Água
208 páginas


José Cardoso Pires, escritor de óculos quadrados de massa, com o peso todo da vida às costas, escrevia ficção (muito, muito realista) como poucos. Publicado em 1968, O Delfim mistura a disfunção de um país com uma família em crise. Ocorrem duas mortes misteriosas, Portugal está emperrado e José Cardoso Pires cruza tudo com traição, incesto, homossexualidade e uma mestria absoluta. 

José Paiva Capucho


Os Maias

Eça de Queiroz
Penguin Clássicos
720 páginas


Vá, é altura de fazer as pazes. Gerações e gerações foram traumatizadas pela obrigatoriedade de dar este livro nas aulas de Português, associando assim a obra-prima de Eça a uma tarefa tortuosa. Isto impede até hoje milhares de pessoas de usufruírem de um dos melhores escritos da língua portuguesa, uma mistura perfeita de drama e comédia. Publicado em 1888, é uma crítica de costumes que encaixa que nem uma luva (daquelas de ir ao São Carlos) no lugar-comum de "faz tanto sentido hoje como quando foi escrito". 

Susana Romana


O indispensável da Mafalda

Quino
Tradução: Marisa José Sacadura e Ricardo Pereira
Iguana
192 páginas


Se o que faz um clássico é o conforto de saber que o podemos ler várias vezes ao longo da vida, sempre com uma perspetiva diferente dada pelo nosso contexto da altura, então o Panteão da personagem mais famosa do argentino Quino é o exemplo perfeito disso. Mafalda completa agora em 2024 uns redondos 60 anos e é sempre tempo de a descobrir ou redescobrir. Com o bónus de que só um livro na bagagem pode logo agradar a vários elementos da família. 

Susana Romana


Ensaios sobre a virtude e a felicidade

Samuel Johnson
Organização: Pedro Galvão
E-Primatur
504 páginas


Dez anos depois da breve antologia organizada por Francisco José Viegas (Páginas Escolhidas, Quetzal, 160 pp.), temos enfim estes Ensaios, organizados e prefaciados por Pedro Galvão, que nos trazem o essencial do filósofo inglês, numa centena de crónicas publicadas nas revistas The Rambler, Idler e The Adventurer. “São ensaios em que o pensamento filosófico se intersecta, numa feição única, tanto com o virtuosismo literário como com uma análise psicológica autenticamente sagaz”. O livro vale também pela excelente contextualização biográfica que a introdução oferece. 

Vasco Rosa


Peregrinação

Fernão Mendes Pinto
Assírio & Alvim
876 páginas


Dispensa apresentações este grande clássico português da literatura de viagens, mas lê-lo ou relê-lo é muito mais e melhor do que simplesmente saber que existe. E desfrutar dele enquanto não venha alguém querer expurgá-lo de inconveniências woke (ou soft woke... ). Nos 500 anos de Camões, Mendes Pinto faz contraponto aos seus Lusíadas, para alguns inseparável desta Peregrinação. 

Vasco Rosa



Fonte:
Observador, 21-07-2024. Acedido em https://observador.pt/especiais/32-classicos-para-ler-no-verao/#