segunda-feira, 30 de setembro de 2013

Concurso Nacional "Imagens contra a corrupção"


O Conselho de Prevenção da Corrupção promove, com o apoio do Plano Nacional de Leitura, da Escola Superior de Comunicação Social, da Fundação INATEL e do Visionarium, promove junto dos mais jovens e das Escolas a 2ª edição do Concurso Nacional de Imagens Contra a Corrupção – Concurso Nacional de Vídeos, com o propósito de estimular a reflexão sobre a cidadania.
Para saber mais consulte o regulamento.

Concurso Nacional "Liberdade de Expressão e Redes Sociais"


A SIC Esperança em parceria com a Rede de Bibliotecas Escolares lançou um projeto intitulado “Liberdade de expressão e redes sociais”, destinado a alunos do 3º Ciclo de ensino Básico e do Secundário, com idade igual ou superior a 13 anos, que se insere na temática definida para 2013 pela SIC Esperança – Cidadania.
O projeto consiste na criação de um concurso, a nível nacional, “com o objetivo de suscitar a reflexão e o debate sobre a importância da liberdade de expressão e sobre o contributo das redes digitais do século XXI no alargamento do acesso à informação e à comunicação interativa”. (SIC Esperança on line)
Como base para este projeto a SIC Esperança disponibiliza o documentário “Lápis Azul”, de Rafael Antunes sobre a censura em Portugal, o qual deve servir de suporte e ponto de partida para a participação no concurso.
Pretende-se que os estudantes trabalhem o tema “Liberdade de Expressão e Redes Sociais”, através de situações reais ou imaginadas, baseando-se em uma ou mais dimensões da liberdade de expressão:
·         Oportunidades e riscos;
·         Participação democrática e cívica;
·         Liberdade de expressão e respeito pelo outro;
·         Vida privada e exposição pública;
·         Liberdade de expressão e meios de comunicação.
Os trabalhos elaborados em grupo, sem limite de elementos, têm de ser originais, com menção de todas as fontes de informação e podem ser apresentados recorrendo a textos, vídeos, podcast, fotografias, desenhos ou animações e enviados para a SIC Esperança até dia 22 de novembro.
 Para mais informações consulte o regulamento.

terça-feira, 24 de setembro de 2013

Boca incompleta de António Ramos Rosa




Em 1977 António Ramos Rosa publica o livro de poemas intitulado Boca Incompleta, do qual a professora Alice Ramilho retirou a poesia que segue:

As palavras no centro vazio

Deixa as palavras caírem sobre o chão
vazias
 Talvez uma forma silenciosa
 se liberte
 talvez um gesto em chamas
 se levante

O pudor do toque sobre a página
 uma colina uma porosa
 lâmpada
 onde nada se passa

 a não ser talvez
a língua que se acende
 áspera e verde
 sobre a sombra
 sobre o vento

 Talvez o corpo se liberte
 das mandibulas dos insectos
 talvez um olho brilhe
 nas palavras entre as pedras

Deixa as palavras caírem sobre o muro
talvez elas caminhem
para a única
forma
de silêncio
verde

 Talvez elas repousem no espaço
 Talvez melhor do que o silêncio
 nesta folha
 digam o que o silêncio quer dizer


Deixa as palavras caírem sobre o centro vazio

 Talvez só a pálpebra de uma sombra
 ou um leve movimento da folhagem
 seja o breve sinal
 de ser
 ou de não ser


 Talvez o corpo se erga da sombra
 e do vazio da página
 cheio do silêncio
 da sua própria forma
 no simples esplendor do seu nascer

Deixa as palavras caminharem na sombra
em busca da sua própria boca
ávidas do corpo
entreaberto
trémulas como as folhas
de uma árvore

 Talvez nada se passe
 ou quase nada
 e isso seja o todo do que é
 que nunca é

A dança quase imóvel a palavra à beira do seu ser o
princípio de desejo que não cessa a chama do corpo
nas palavras

Ou a chama do silêncio
entre as palavras
que dizem
e não dizem o que são

O corpo livre enfim
 no seu começo
tudo o que no silêncio nasce
 e morre sem cessar Talvez
 renasça no poema Talvez
 recomece
 por nunca ser senão pelo desejo
 de um quase nada
 que é todo o seu ser

In: ROSA, António Ramos; Boca Incompleta; Lisboa: Arcádia, 1977, Com 102-VI pág.

Obra disponível para consulta e empréstimo domiciliário na Biblioteca Escolar.

António Ramos Rosa (1924-2013)


[Mas agora estou no intervalo em que]
Mas agora estou no intervalo em que
toda a sombra é fria e todo o sangue é pobre.
Escrevo para não viver sem espaço,
para que o corpo não morra na sombra fria.

Sou a pobreza ilimitada de uma página.
Sou um campo abandonado. A margem
sem respiração.

Mas o corpo jamais cessa, o corpo sabe
a ciência certa da navegação no espaço,
o corpo abre-se ao dia, circula no próprio dia,
o corpo pode vencer a fria sombra do dia.

Todas as palavras se iluminam
ao lume certo do corpo que se despe,
todas as palavras ficam nuas
na tua sombra ardente.

A Construção do Corpo, 1969

In: Jornal Público, Alguns poemas de António Ramos Rosa, 24-09-2013, [Em linha] [Consult. 24-09-2013] Disponível em http://www.publico.pt/cultura/noticia/alguns-poemas-de-antonio-ramos-rosa-1606857


F
aleceu  ontem  dia  23 de  setembro  de  2013,  aos  88  anos,  no  Hospital 
 Egas Moniz  onde estava  internado",  António  Victor  Ramos  Rosa, 
considerado um  dos poetas decisivos do século  XX  português,  como   
afirmou  à  agência lusa   presidente  da  Associação Portuguesa de
       Escritores, José Manuel Mendes.

António Ramos Rosa nasceu em Faro a 17 de Outubro de 1924. Por razões de saúde não concluiu o ensino secundário, tendo trabalhado como empregado de escritório, correspondente comercial, professor e tradutor. Nos anos 50 mudou-se para Lisboa, onde dirigiu as revistas literárias Árvore, Cassiopeia e Cadernos do Meio-Dia, e onde se distinguiu como ensaísta e crítico literário, tendo também colaborado com as revistas Seara Nova e Colóquio Letras.

 O seu primeiro livro de poesia foi O Grito Claro, em 1958, que ajudaria a lançar o movimento da moderna poesia portuguesa e marcaria a sua fama como um dos grandes escritores portugueses vivos. Desde então publicou numerosos livros de poesia,  que lhe valeram também vários prémios nacionais e estrangeiros, como o Prémio Pessoa de 1988.

 Óscar Lopes e António J. Saraiva comentaram que a sua produção poética oscilava entre composições mais longas, onde se apreendem frustrações cansadas, e formas mais experimentais de poesia, em que a presença humana é substituída pelo sentir das coisas de materialidade mais óbvia.

Envolveu-se, logo após o final da segunda guerra, na oposição ao salazarismo, militando no MUD Juvenil e participando em manifestações. Nos anos 50 ajudou a fundar e coordenou várias revistas literárias, incluindo Árvore, Cassiopeia e Cadernos do Meio-Dia, nas quais colaborou com textos de crítica literária e poemas.

Embora publicasse poemas em revistas desde o início dos anos 50, o seu primeiro livro só saiu em 1958, aos 34 anos. Mas a partir desta estreia algo tardia, nunca mais deixaria de editar poesia a um ritmo impressionante.

Além da sua vastíssima obra poética, escreveu livros de ensaios que marcaram sucessivas gerações de leitores de poesia, como Poesia, Liberdade Livre (1962) ou A Poesia Moderna e a Interrogação do Real (1979), traduziu muitos poetas e prosadores estrangeiros, sobretudo de língua francesa, e organizou uma importante antologia de poetas portugueses contemporâneos (a quarta e última série das Líricas Portuguesas). Era ainda um dotado desenhador.

A. R. R. recebeu vários prémios de poesia, o primeiro dos quais pela obra Viagem Através de Uma Nebulosa, partilhado ex-aequo com Henrique Segurado. Em 1980, o Prémio do Centro Português da Associação de Críticos Literários, pelo livro O Incêndio dos Aspectos; em 1988, o Prémio Pessoa; em 1989, o Prémio APE/CTT, pela recolha Acordes, e, em 1990, o Grande Prémio Internacional de Poesia, no âmbito dos Encontros Internacionais de Poesia de Liège.
 
Texto organizado pela professora Alice Ramilho, departamento curricular 530.

Se quiser saber mais sobre este poeta português pode consultar:
·         Um apontamento biográfico
·         A obra poética em linha
·         Os desenhos

segunda-feira, 16 de setembro de 2013

Bom ano letivo e boas vindas

A equipa da biblioteca escolar deseja a todos os alunos, professores e restantes elementos da Comunidade Educativa um ano escolar cheio de sucessos e aproveita ainda para dar as boas vindas a todos os visitantes do blog da Biblioteca da Escola Secundária da Amadora.

A nossa biblioteca nasceu em 1972, aquando da inauguração da escola e foi integrada na Rede de Bibliotecas Escolares em 2000. Este espaço tem constituído, ao longo do tempo, um foco de aprendizagem e de prazer para todos os seus utilizadores, do qual muito nos orgulhamos e que pretendemos renovar.

O “Biblioteca E@sa” manifesta o novo fôlego que a equipa da biblioteca escolar pretende insuflar, constituindo este “cantinho virtual” como um espaço de divulgação de projetos e iniciativas em que nos encontramos envolvidos e de disponibilização de recursos, de reflexão, de sugestões de leitura e atividades.

Desejamos, sobretudo, que seja um espaço de partilha. Para tal contamos com o contributo de todos: alunos, professores e comunidade.

Visitem-nos neste espaço que também é vosso!

Contamos com todos vós!

Boas leituras…